Saúde realizou ontem primeiro grande leilão de medicamentos 14 de novembro de 2014 O Ministério da Saúde realizou ontem o primeiro leilão de medicamentos hospitalares, avançou o “Diário Económico”. De um lado estiveram 42 hospitais, do outro 29 fornecedores da Indústria Farmacêutica. Em causa estava um lote de 34 fármacos, entre eles medicamentos oncológicos ou do foro respiratório. Mas ao contrário dos leilões tradicionais, aqui quem arremata é quem dá menos. No fundo, apenas o preço vai a leilão, uma vez que todos os medicamentos já preenchem os requisitos de qualidade para estar presentes no mercado. O leilão eletrónico foi organizado pela Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) com o objetivo de conseguir poupanças de escala através da compra centralizada. Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde gastavam hoje 80 milhões de euros com aquisição destes medicamentos. A expetativa da SPMS era conseguir reduzir esse valor entre 5% a 10%. O leilão começou às 15 horas e as licitações ainda decorriam à hora de fecho da edição de hoje do “Diário Económico”. Mas a poupança alcançada já tinha ultrapassado os 100 mil euros, disse ao jornal Artur Trindade Mimoso, administrador da SPMS. A poupança pode parecer modesta, mas «em Saúde todos os euros contam», disseArtur Mimoso, preferindo sublinhar a adesão à iniciativa. O leilão era voluntário, mas de um total de 52 instituições participaram 42, dado que as restantes já tinham aberto procedimentos de contratação para 2015. Entre as que aderiram ao leilão estavam os hospitais de Cascais, Braga, Loures e Vila Franca de Xira, geridos em regime de Parceria Público-Privada. Houve ainda manifestação de interesse por parte de hospitais do setor privado, que ainda não puderam participar por estarem a ser verificadas questões legais. Até aqui a SPMS fazia acordos de contratação de medicamentos com os laboratórios, mas cada hospital ia fazendo as suas compras ao longo do ano. Com o leilão, as farmacêuticas podem apresentar preços mais competitivos, uma vez que passam a fornecer um conjunto de hospitais. Do lado da Indústria há alguma resistência à iniciativa. Uma fonte do setor disse ao “Diário Económico” que ter uma única empresa a fornecer um medicamento pode ter riscos, por exemplo se houve ruma rutura de stock. Mas Artur Mimoso discorda: «Se houver uma rutura de stock, o hospital pode sempre ir ao mercado comprar». A SPMS já tinha realizado leilões semelhantes para aquisição de vacinas, contracetivos ou paracetamol injetável. O sucesso destes leilões levou a que a iniciativa fosse estendida aos medicamentos hospitalares, explicou Artur Mimoso. |