O NETFARMA falou com a Associação Nacional das Farmácias a propósito do aumento dos registos de falhas de medicamentos nas farmácias em 2018. Segundo o seu secretário-geral, esta subida «reflete as dificuldades globais do setor e coloca em risco a igualdade entre portugueses, com consequências para a sua saúde».
Nuno Flora explica que a maioria das farmácias continuam a ter prejuízo na dispensa de medicamentos essenciais, os comparticipados, concluindo que «o Estado continua a não pagar o serviço público». Para Nuno Flora, «as falhas de medicamentos são um problema de saúde que reflete as dificuldades globais do setor».
Como indica o último relatório do Cefar, os casos de maior dificuldade registam-se nas farmácias mais pequenas do interior do país, que servem as populações mais idosas, isoladas e desfavorecidas, as que mais necessitarão de ter acesso à sua medicação. O relatório refere que estas farmácias terão dificuldade em vender outros produtos para equilibrar o prejuízo que têm nos medicamentos, e Nuno Flora não tem dúvidas: «se a austeridade continuar, vão acabar por desaparecer como desapareceu tudo no Interior».
Sendo este um problema que, a seu ver, não abrange apenas o setor das farmácias, o secretário geral da ANF reforça que «se não salvarmos as farmácias mais frágeis, é o próprio SNS que vai acabar em muitas zonas do país».