Se é recrutador, manager ou está ou quer estar no mercado de trabalho… esta crónica é para si, parte I 247

Estimado leitor, vai necessitar de alguns minutos para perceber se este artigo lhe será útil. No entanto, se está a pensar em mudar de ares no que toca a empresa ou se esses ares já lhe chegaram sem ser por sua opção, se é recrutador, manager ou pura e simplesmente está no mercado de trabalho ou nele quer entrar ou reentrar, recomendo o investimento de tempo.

Novembro e dezembro são meses curiosos. Se por um lado assistimos ao progressivo descongelar da Mariah Carey com o seu All I want for Christmas is You, ao ponto de já nos obrigarmos a mudar de estação de rádio de cinco em cinco minutos, por outro são meses que podem ser potencialmente complicados, umas vezes por opção, outras nem tanto.

Para mim são sempre intensos porque vivo de ciclos desde que me conheço. Nunca valorizei a data do meu aniversário e o dia mais importante para mim é o 31 de dezembro. A razão é simples: muda a folha do calendário e diz Gregório XIII que muda o ano. Nada de especial, são mais 365 dias à frente, o tempo no dia a seguir está igual, normalmente frio e com a ressaca subsequente às comemorações do Ano Novo.

No entanto, olho para a vida como se fosse uma pizza (mal comparado o exemplo). É daquelas coisas que até podemos comer de uma só vez, mas sempre às fatias (preferencialmente sem talher). E cada ano é uma fatia, resta saber o que lá pomos (nunca ananás). Para mim, o dia 31/12 de qualquer ano é um dia de reflexão: penso no que fiz, no que não fiz, no que correu bem, no que quero mudar, quais os meus objetivos, o que quero fazer, fazer melhor, deixar de fazer, evitar…e faço esta reflexão ao nível pessoal e profissional. Guardo sempre umas horas para pensar.

Já as empresas fazem esse momento de reflexão após o regresso das férias de Verão. Avaliam como está a decorrer o ano, quais as projeções de fecho, quais as necessidades de RH para o ano seguinte e tomam-se decisões que, normalmente, se comunicam lá para o final do ano. Se por um lado há decisões que já estão tomadas, é lógico que apenas se comuniquem em novembro/dezembro. Qualquer gestor quererá não criar demasiada turbulência na estrutura com um ano para fechar e, convenhamos, em muitos casos não ficará pior do que já está. Por outro lado, um ano que em novembro não esteja já bem encaminhado, não será em dezembro que se vai compor, exceção feita aos negócios sazonais.

Mandam as boas práticas de RH que os momentos festivos ou as vésperas de fim de semana sejam os momentos indicados para comunicar tais decisões aos colaboradores. Embora possa parecer contraintuitivo, na prática utiliza-se esta metodologia pois está comprovado que é também nestes momentos em que as famílias e amigos estão juntos e que a possibilidade de apoio na parte emocional é maior. Por outro lado, em situações conflituosas, o fim de semana ou o período festivo ajuda a acalmar potenciais atitudes impetuosas que possam existir de parte a parte.

Ora bem, tomada a decisão por parte do colaborador em sair ou por parte da empresa em fazê-lo sair, o que poderá o agora potencial candidato encontrar em 2025 no mercado de trabalho em Portugal, em especial na Indústria Farmacêutica?

 

Não perca a resposta, na continuação da crónica de João Carlos Serra, a publicar amanhã.

 

João Carlos Serra                                                                                                                                                              Senior Healthcare Consultant HCO, Industry Investors and Pharma