“Os Farmacêuticos habituaram-se à mudança”, dizia-me há dias um colega com quem conversava, informalmente, sobre o setor, mais concretamente sobre as recentes alterações na liderança de algumas estruturas associativas farmacêuticas.
Para gerir a mudança, defendem Hooper e Portter*, será necessário que os acontecimentos sejam pensados com antecipação e flexibilidade, por forma a proporcionarem a construção de uma nova realidade sensível e inteligente, diferente da já conhecida. Isto porque qualquer processo de transição irá desafiar as convicções e os valores de cada indivíduo. Dizem ainda que, num primeiro impacto, a mudança se afigura como uma ameaça, independentemente da área de que estejamos a falar e que, inevitavelmente, a sua aceitação leva tempo, o tempo necessário para que as pessoas se convençam e interiorizem os benefícios da mudança.
Eu arrisco dizer que, no decurso do último ano, os farmacêuticos se viram tão forçados, não só a aceitar, como também a adaptarem-se por imposição, de uma forma tão rápida a tantas mudanças, que se diluiu a ameaça subjacente a um qualquer processo de transição e talvez seja esta uma das razões pela qual afirmamos convictamente, que os farmacêuticos estão mais propensos à mudança.
Pese embora nem sempre sejam fáceis, as mudanças externas a que temos assistido, influenciam positivamente as pessoas e as organizações e quando bem geridas, promovem novos métodos de trabalho, consolidam equipas e enraízam valores.
Espero, sinceramente, que a predisposição para a mudança continue a vigorar no setor farmacêutico e que dela resulte um futuro mais promissor e confiante, sobretudo para os farmacêuticos mais jovens.
* Liderança Inteligente – criar a paixão pela mudança. Alan Hooper e John Potter
Célia Alves da Silva
Farmacêutica