“Segurança na utilização do medicamento na transição de cuidados” debatida em webinar 557

O fim de mais um Ciclo de Conferências foi marcado por este tema que tem vindo a estar na ordem do dia e que, pela sua complexidade, prejudica uma melhor prestação de cuidados. A sessão contou com membros da Ordem dos Farmacêuticos, Enfermeiros, Médicos e de órgãos internacionais para discutir o panorama atual a nível nacional e europeu, bem como formas de ultrapassar as barreiras que existem.

O Ciclo de Conferências organizado pela Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos terminou, ontem, com a sessão “Segurança na utilização do medicamento na transição de cuidados”. Helena Neves, farmacêutica hospitalar no IPO-Porto que se debruçou sobre os problemas relacionados com medicamentos, abriu a conferência dando um enquadramento geral e enunciando os desafios nacionais que ainda existem, suportou todo o seu discurso com vários pareceres de organizações mundiais. Durante a sua intervenção, frisou que uma das estratégias para futuras melhorias é a aposta na reconciliação terapêutica que, como referiu, “difere do ato de revisão da medicação habitual”. A experiência que já tem em conduzir projetos que envolvam esta abordagem permitiu-lhe mostrar os pontos fortes, mas também os desafios que lhe estão associados, referindo, entre outros, uma “implementação complexa”. Tomou o espaço, de seguida, Duarte Santos, farmacêutico comunitário e anterior presidente do Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU), a quem coube dar uma perspetiva internacional, assumindo dar “voz” a mais de 400 mil farmacêuticos comunitários a partir de Bruxelas, salientando o papel absolutamente imprescindível que estes têm na prestação de cuidados e, posteriormente, na sua transição. Para o futuro, espera “maximizar as intervenções” destes profissionais, depositando muita confiança e esperança nas farmácias comunitárias. O mais importante, esclarece, “é começar”.

Além de encaminhar toda a sessão, coube também a Luís Lourenço, presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da OF, moderar a sessão debate que se seguiu. Contou com Maria do Sameiro Lemos, membro do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da OF, Lúcia Rodrigues, em representação do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária da OF, Ricardo Matos, presidente do Conselho Diretivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros e Paulo Santos, presidente da Direção do Colégio de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos. O apelo anteriormente deixado para aumentar os esforços mobilizados para a segurança na utilização dos medicamentos foi reforçado por este último convidado que, de igual forma, sublinhou a necessidade de união entre os vários profissionais e de uma maior “partilha”. Foi consensual, entre todos os palestrantes, que existem falhas, mas que há vontade e urgência em reunir o máximo de pessoas para discutir a temática e encontrar soluções viáveis que sejam efetivamente colocadas em prática. Ficou claro que o caminho a percorrer ainda é longo e que é preciso fazer muito mais, mas que há várias entidades dispostas a correr riscos para melhorar os serviços prestados.