Seis sociedades médicas juntam-se para insistir na vacinação contra a gripe 576

Seis sociedades médicas portuguesas juntaram-se para reiterar que as vacinas são seguras e eficazes e para insistir na importância da vacinação contra a gripe, que consideram a “base do esforço” para reduzir o impacto da doença.

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), a Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica (SPDIMC), a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) e o Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa da Medicina Interna (NEGERMI-SPMI) elaboraram algumas recomendações para mitigar o impacto que a gripe tem, anualmente, em Portugal.

O documento subscrito pelas sociedades pretende “reforçar a importância da vacinação contra a gripe nas populações mais vulneráveis”.

“A vacinação contra a gripe é a base do esforço para reduzir o impacto da gripe e suas complicações, especialmente em grupos de alto risco, como idosos, crianças pequenas, mulheres grávidas e doentes crónicos. As vacinas são seguras e eficazes. Para as pessoas com 65 anos ou mais é recomendada uma vacina com uma dose mais elevada de vírus inativado”, indicam.

Nas conclusões, considerando todas as evidências científicas recolhidas, as entidades alertam que “a vacinação contra a gripe reduz significativamente as hospitalizações e a mortalidade em doentes imunocomprometidos e em doentes com doenças respiratórias, como a DPOC [doença pulmonar obstrutiva crónica], doenças cardiovasculares e diabetes”.

“Estes grupos de alto risco devem ser vacinados anualmente e os profissionais de saúde devem garantir a prescrição atempada, inclusive, no momento da alta hospitalar”, sublinham.

Também referem que a vacinação dos profissionais de saúde contra a gripe é fundamental devido à sua maior exposição ao vírus (risco de infeção) e a doentes de alto risco (risco de transmissão).

“A vacinação destes profissionais confere múltiplos benefícios, tais como o controlo de infeções em ambientes de saúde, menor absentismo, redução da mortalidade e a promoção da vacinação pelo exemplo que representa”, observam.

Recordando a quarta e última vaga do relatório Vacinómetro, que diz que perto de 80% dos portugueses com 65 ou mais anos se vacinaram contra gripe durante a época gripal de 2023/24, acima da meta de 75% proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as sociedades salientam que, “apesar de Portugal ter uma boa taxa de cobertura de vacinação, é necessário continuar a promover este aumento”.

A meta proposta pela OMS, segundo os organismos, foi alcançada no país “devido à vacinação gratuita e de fácil acesso, às recomendações dos profissionais de saúde, à vigilância epidemiológica e às campanhas nacionais de sensibilização”, avisando que, para aumentar as taxas de cobertura vacinal, “são necessárias estratégias como uma maior literacia em saúde e uma maior acessibilidade e gratuidade das vacinas”.

“No sentido de mitigar desigualdades, é importante que a vacina de dose elevada esteja igualmente acessível às pessoas idosas não institucionalizadas”, acrescentam.

Mais de 2,4 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe desde o início da campanha de vacinação sazonal, segundo o mais recente relatório de vacinação sazonal da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Entre 29 de setembro do ano passado e 21 de janeiro, foram vacinadas 1.890.126 pessoas com reforço sazonal contra a covid-19 e 2.407.492 contra a gripe.