Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, reagiu ao recente aumento do número de casos de covid-19 em Portugal, reafirmando recomendações de boas práticas individuais, neste caso aconselhando os portugueses a usarem máscaras em espaços mais fechados, entre aglomerados e até em alguns contextos de trabalho.
Em entrevista ao Jornal das 8, da TVI, na passada quinta-feira, explicou que a já chamada e “provável” sexta vaga advém da nova linhagem da variante Ómicron, que está efetivamente a “provocar a nova vaga” e que “transmite-se mais do que a [Ómicron] original”. Com esta nova forma a ter a “capacidade de escapar ao sistema imunitário”, a possibilidade de reinfeções é maior, ainda que com um nível de doença menos grave.
Assumindo que o país está “acima” do limite da mortalidade, Graça Freitas relembrou que o país estava a caminho da meta dos 20 casos a 14 dias por um milhão de habitantes, o que foi agora alterado. Assim, a diretora-geral da saúde confirmou a possibilidade da estimativa do Instituto Ricardo Jorge de que haverá cerca de 60 mil casos por dia nas próximas semanas e mais de meia centena de mortes diárias.
A responsável falou ainda da “força dos números, pois se há muitos casos, em proporção existirão também os mortos e internamentos”.
Sobre o uso da máscara, Graça Freitas referiu que a população deve voltar a usá-la em espaços, fechados, mas não só. “A máscara tenho-a aqui no bolso e tenho usado sempre”, frisa, recomendando o seu uso em “ambientes fechados e em aglomerados”, referiu, acrescentando: “Se estiver sozinha no meu gabinete, com janela aberta, eu não estou com máscara. Se entra alguém no meu gabinete, eu ponho a máscara. A mascara é aconselhada, assim como todas as outras medidas”.
Sobre o mesmo assunto e tal como a ministra da Saúde Marta Temido, Graça Freitas não assumiu para já o regresso do uso obrigatório da máscara, ficando ainda a recomendação. “Eu creio que nesta fase uma recomendação é suficiente. No fundo, qual é a grande diferença entre uma recomendação e uma obrigação? É uma boa prática. Uma tem um caráter vinculativo, a outra ponho-o a participar na decisão”, referiu.