Durante o seu discurso, hoje, na sessão de abertura do Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2024 (CNF24), que decorre, em Lisboa, até amanhã (dia 23), a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, referiu que “não tenho, passados oito meses, resposta para todas [as matérias]” apresentadas pela Ordem dos Farmacêuticos, numa reunião a 22 de abril, pouco depois de ter tomado posse. Declarou ainda que “não terei, certamente, para algumas delas, uma resposta que vos sirva em tempo útil”.
Porém, elencou um conjunto de áreas em que já houve avanços ou o Ministério da Saúde está recetivo às propostas dos farmacêuticos.
Valorização dos farmacêuticos do SNS
“Uma carreira, uma residência, a atualização salarial e a negociação final para breve”, indicou Ana Paula Martins, em termos de avanços, apontando ainda “um concurso para os recém-especialistas à semelhança da carreira médica”.
Revisão do Decreto-Lei de 1962 sobre a organização e funcionamento dos serviços farmacêuticos hospitalares
Neste ponto, a ministra da Saúde declarou, dirigindo-se ao bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Helder Mota Filipe, “desafio aceite. Aguardamos a vossa proposta”.
A governante sublinhou que, contudo, “não é uma prioridade imediata, mas é uma necessidade fundamental no âmbito da reorganização do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Acesso a dados em saúde
O Registo Clínico Eletrónico, “a partir de agosto de 2025, estará no SNS e até 2027 em todo o sistema de saúde português”, assegurou a ministra da Saúde, explicando que “garantirá que todo e qualquer cidadão possa partilhar os seus dados com a sua equipa profissional na saúde”.
Os farmacêuticos “fazem parte, a par com as outras profissões da saúde, desta trajetória”, referiu a responsável
Ensaios clínicos
Trata-se de uma “agenda comum”, por isso, “também aqui aguardamos com esperança e entusiasmo as vossas sugestões, as vossas contribuições para que Portugal consiga fazer parte do pelotão da frente”.
Ana Paula Martins afirmou ainda que “todos temos a investigação clínica na agenda. A minha pergunta é o que podem os farmacêuticos fazer por esta nova agenda neste novo tempo? Certamente, teremos muito a ganhar com a vossa contribuição estratégica”.
A governante sublinhou que “na investigação clínica, como na re-industrialização na Europa, convém não perdermos o comboio que agora já é uma linha de alta velocidade”.
Serviços
Neste campo, a ministra da Saúde revelou que “na renovação da terapêutica crónica, na disponibilização de dispositivos médico avançados, inovando em novos serviços farmacêuticos que acrescentem segurança e qualidade em proximidade, na prevenção da doença e promoção da saúde, na literacia e na qualificação da terapêutica” são áreas “onde estamos preparados para assinar um quadro comum de referência para o SNS e para contratualizar. Medindo resultados, respondendo sempre, sempre, sempre, às preferências dos doentes”.
Assista ao vídeo do discurso da ministra da Saúde