Sindicato: Cordão humano junta 100 pessoas na greve de enfermeiros de Santarém
21 de Agosto de 2014
Uma centena de enfermeiros e utentes participou hoje na realização de um cordão humano junto ao Hospital de Santarém, protesto integrado numa greve de quatro dias que teve hoje uma adesão de 82%, no turno da manhã.
Os números da adesão à iniciativa e à greve no dia de hoje foram avançados à agência “Lusa” por Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que apontou para uma adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém de 82%, no turno desta manhã, no terceiro dia de uma greve que se vai prolongar até sexta-feira.
«Os números de adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém têm estado em crescendo e podem ser considerados como um sucesso, pela visibilidade dada aos problemas que afetam esta classe profissional, e pelo que refletem em termos de sintonia e partilha de preocupações, anseios e reivindicação de soluções por parte da tutela», disse a enfermeira e dirigente sindical.
Helena Jorge, numa leitura dos primeiros três dias de greve, disse à “Lusa” que os níveis globais de adesão, depois de aferidos os três turnos de serviço, «foram de 65% na terça-feira, 86% na quarta-feira e hoje, no turno da manhã, 82%».
Helena Jorge disse ainda que os números «mostram claramente que as reivindicações dos enfermeiros são muito justas e muito necessárias», tendo acrescentado que as mesmas «são sentidas e partilhadas por todos, desde os utentes, aos profissionais da saúde».
«Isso mesmo pôde ser hoje constatado com a presença de muitos utentes que se quiseram juntar a nós na realização de um cordão humano», observou a sindicalista, tendo frisado que «a luta não vai parar por aqui».
«Os objetivos globais da greve de quatro dias já foram alcançados», notou, apelando à tutela que «responda em conformidade com as necessidades que estão identificadas no Hospital de Santarém, para que os enfermeiros possam prestar cuidados de saúde com o mínimo de dignidade».
Os motivos apontados pelo SEP para a realização da greve são o «incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde e o pagamento do trabalho extraordinário».
Organizada pelo SEP, a greve teve início na terça-feira, às 08:00, e prolongar-se-á até às 24:00 de sexta-feira.
Contactado pela agência “Lusa”, o conselho de administração (CA) do Hospital de Santarém recusou prestar declarações e comentar os números de adesão à greve avançados hoje pelo Sindicato.