O presidente do Sindicado Nacional dos Farmacêuticos (SNF), Henrique Reguengo, espera que o Ministério da Saúde “reaja de uma vez por todas” às reivindicações da classe, após três dias de greve pelo país.
Realizou-se na passada quinta-feira (29) o último de três dias de greve convocada pelo SNF em defesa dos farmacêuticos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Aconteceu em alguns pontos do país, como Porto e Coimbra, após uma greve nacional a 22 e uma outra grave nas restantes regiões, como Lisboa e os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Defendem sobretudo uma nova tabela salarial, estagnada desde 1999.
“A greve teve uma adesão muito grande, na ordem dos 90%”, revela ao Netfarma Henrique Reguengo, ao garantir que esta percentagem prova “que todos os farmacêuticos do SNS se revêm nas posições que o SNF tem estado a tomar e a defender”. Como tal, espera “que o Governo reaja de uma vez por todas e siga as negociações”.
Negociações essas que não acontecem há um mês, revela, lembrando que a reunião agendada para o dia 2 de junho foi cancelada um dia antes e nunca mais reposta, apesar das tentativas do Sindicato. “Vamos entrar num período de férias que vem prejudicar as coisas, mas esta é uma situação que não pode continuar”, assegura.
Questionado sobre as negociações com os sindicatos médicos, que continuam, Henrique Reguengo confessa que a diferença de profissionais (“os médicos no SNS são 30 mil e nós mil”) impacta a força do SNF, bem como o facto de que “a sociedade tem menos perceção da importância dos farmacêuticos do que deveria”. Por isso, acredita, existe uma “responsabilidade” em alterar o paradigma e trazer mais visibilidade para os farmacêuticos.