Sindicato: Greve dos enfermeiros de Santarém com adesão de «92,6%» ontem à tarde
21 de Agosto de 2014
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) apontou ontem para uma adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém de 92,6%, no turno da tarde, no segundo dia de uma greve que se vai prolongar até sexta-feira.
Em declarações à agência “Lusa”, Helena Jorge, do SEP, disse que a adesão à greve, agendada para quatro dias, «foi de 65% no turno da manhã e regista-se uma adesão de 92,6% no turno da tarde» dos enfermeiros, que decorreu entre as 16:00 e as 23:30.
Helena Jorge destacou uma «adesão a 100%» nos serviços de medicina, cardiologia, urologia, psiquiatria, obstetrícia, ortopedia, urgência geral e especialidades cirúrgicas.
«Os números da adesão à greve estão em crescendo, e a diferença para o turno da tarde justifica-se pelo encerramento das consultas externas e serviço de ambulatório», disse a enfermeira e dirigente sindical, tendo acrescentado que o serviço de urgências «foi o mais afetado» com a greve de hoje.
«O bloco operatório, o bloco de partos e as consultas externas funcionaram normalmente durante a manhã», apontou.
Helena Jorge disse ainda que os números de adesão à greve «mostram claramente que as reivindicações dos enfermeiros são muito justas e muito necessárias», tendo acrescentado que as mesmas «são sentidas e partilhadas por todos, desde os utentes, aos profissionais da saúde».
Contactado pela agência “Lusa”, o conselho de administração (CA) do Hospital de Santarém recusou-se a prestar declarações e comentar os números de adesão à greve avançados ontem pelo Sindicato.
Helena Jorge fez notar à “Lusa” que os enfermeiros têm recebido o «apoio e solidariedade» da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), tendo aquela estrutura aderido ao SEP e aos profissionais de enfermagem numa recolha de assinaturas em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Segundo disse ainda aquela responsável, as comissões de utentes, enfermeiros e profissionais de saúde vão realizar hoje, às 11:00, um «cordão humano» à entrada do Hospital de Santarém, para «alertar para os problemas vividos pelos profissionais e pelos utentes».
Os motivos apontados pelo SEP para a realização da greve são o «incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde e o pagamento do trabalho extraordinário».
Organizada pelo SEP, a greve teve início na terça-feira, às 08:00, e prolongar-se-á até às 24:00 de dia 22 de agosto, sexta-feira.