Sindicato lamenta fim de contratos de enfermeiros de hospital de Viseu 571

07-Jan-2014

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) lamentou ontem que entre 15 a 20 enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela Viseu tenham ficado sem emprego no final do ano, devido à cessação dos seus contratos.

Em conferência de imprensa, Alfredo Gomes, da direção regional da Beira Alta do SEP, explicou que os enfermeiros tinham contrato a termo por um ano. «Já há três anos que tem acontecido sempre isto: os contratos são renovados, vêm em meados de janeiro e eles mantêm-se a trabalhar», contou.

No entanto, este ano, «segundo informações do conselho de administração, não o podiam fazer porque a 31 de dezembro cessavam estes contratos e, até terem autorização para a renovação, não os podiam manter ao serviço», dada a ausência de vínculo laboral, acrescentou.

Alfredo Gomes contou aos jornalistas que o sindicato reuniu com Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) no dia 20 de dezembro, tendo obtido dos seus responsáveis a informação de que, na véspera, tinha sido entregue ao presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, «em mão, todo o processo de renovação dos contratos».

O dirigente sindical alertou que a não renovação dos contratos causou um grave problema a uma Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Viseu (pertence ao Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões), que é constituída por seis enfermeiros, cinco dos quais pertencentes ao centro hospitalar, mas que estavam no regime de mobilidade.

«Por informações dadas pelo conselho de administração, como não tinham autorização para renovar contratos com os outros enfermeiros, estes (que estavam na UCC) tinham que regressar no dia 1 de janeiro» ao hospital, acrescentou.

Segundo Alfredo Gomes, os cinco enfermeiros regressaram efetivamente ao hospital de Viseu, tendo a UCC ficado sem enfermeiros para prestar cuidados diários a 18 utentes. O SEP questiona quem é que, afinal, está a dar a informação verdadeira.

«O problema não é connosco», reagiu o presidente do conselho de administração do centro hospitalar, Ermida Rebelo, quando questionado pelos jornalistas.

Fonte da ARSC esclareceu à agência “Lusa” que, durante a reunião realizada com o SEP em dezembro, este foi informado de que «o processo de renovação dos contratos dos enfermeiros tinha sido entregue pelo presidente da ARSC pessoalmente ao secretário de Estado da Saúde» e não a Ermida Rebelo. «O processo teve o devido tratamento por parte da ARSC e aguarda a decisão da tutela», acrescentou.