Sindicato: Segundo dia de greve dos enfermeiros de Santarém com adesão de 65%
20 de Agosto de 2014
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) disse hoje que a adesão à greve dos enfermeiros do Hospital de Santarém foi de 65%, no turno da manhã, no segundo dia de uma paralisação que se vai prolongar até sexta-feira.
Em declarações à agência “Lusa”, Helena Jorge, do SEP, afirmou que a adesão à greve «é hoje de 65%» dos enfermeiros, tendo destacado uma «adesão a 100%» nos serviços de medicina, cardiologia, urologia, psiquiatria, obstetrícia, ortopedia, urgência geral e especialidades cirúrgicas.
«O bloco operatório, o bloco de partos e as consultas externas estão a funcionar normalmente», acrescentou a dirigente sindical.
Contactado pela agência “Lusa”, o conselho de administração do Hospital de Santarém recusou prestar declarações e comentar os números de adesão à greve avançados hoje pelo sindicato.
Helena Jorge fez notar que os enfermeiros têm recebido o «apoio e solidariedade» da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), estrutura que se juntou ao SEP e aos profissionais de enfermagem numa recolha de assinaturas em defesa do Serviço Nacional de Saúde, uma ação que hoje principiou.
Segundo disse ainda aquela responsável, as comissões de utentes, enfermeiros e profissionais de saúde vão realizar na quinta-feira um «cordão humano» à entrada do Hospital de Santarém, para «alertar para os problemas vividos pelos profissionais e pelos utentes».
«É uma denúncia pública das condições de trabalho dos enfermeiros e, consequentemente, das dificuldades que enfrentam para prestar os cuidados de saúde e de enfermagem que as populações têm direito», vincou.
Os motivos para a realização da greve são o «incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde e o pagamento do trabalho extraordinário», justificou a responsável.
Helena Jorge destacou ainda «a escassez e a redução do número de elementos por turno», uma situação que, sublinhou, «dá origem a uma carga excessiva de trabalho» aos enfermeiros.
Na segunda-feira, a administração do hospital anunciou que obteve autorização para contratar 17 enfermeiros, número que o SEP considera insuficiente.
«O Ministério da Saúde anuncia a contratação de 17 enfermeiros, quando faltam 170 enfermeiros nos quadros do hospital. A matemática do Ministério anda muito por baixo e este anúncio é uma gota de água tendo em conta as necessidades», defendeu.
Organizada pelo SEP, a greve teve início na terça-feira, às 08:00, e prolongar-se-á até às 24:00 de dia 22 de agosto, sexta-feira.