Sistema de receita eletrónica já vigora em perto de 100 farmácias 645

Sistema de receita eletrónica já vigora em perto de 100 farmácias

03 de Fevereiro de 2015

Perto de 100 farmácias de Setúbal, Coimbra, Viana do Castelo e Beja já começaram a dispensar medicamentos por receita eletrónica, sem necessidade de receita médica, dando cumprimento a um programa apresentado ontem em Setúbal pelo ministro da Saúde.

Para o ministro Paulo Macedo, trata-se de um passo importante num programa, que já estava previsto, que deverá estar concluído em junho, e de um sistema mais seguro para o cidadão, avançou a agência “Lusa”.

«É um sistema mais seguro para o cidadão, porque por exemplo, tem duas ou três embalagens que lhe foram prescritas na mesma receita e vai-lhe permitir mobilidade de prescrição porque pode levantar uma hoje e daqui a cinco dias uma outra noutra farmácia o que até aqui não era possível», disse.

Também ontem foi lançado um programa de incentivo à venda de genéricos pelas farmácias, que, segundo o ministro, numa primeira fase visa que a quota de mercado dos medicamentos genéricos aumente dos atuais 46 por cento para os 50 por cento, mas cujo objetivo final é alcançar a quota de 60 por cento nos medicamentos genéricos.

«O que queremos é chegar já aos cinquenta por cento e depois caminhar para os 60 por cento», acrescentou Paulo Macedo.

Trata-se de um programa publicado ontem em Diário da República que vai remunerar as farmácias pela contribuição de cada uma para a poupança gerada para o Estado e para os utentes com o crescimento do mercado dos medicamentos genéricos.

E isto porque, referiu, com o aumento da venda de medicamentos genéricos as farmácias diminuíram a sua margem de lucro, pelo que ao contribuírem para o aumento da venda de genéricos e, consequentemente, com uma diminuição de custos para o Sistema Nacional de Saúde, o Estado incentivá-las-á com uma remuneração financeira.

Paulo Macedo sublinhou que são os cidadãos quem mais beneficia com a venda dos medicamentos genéricos.

A remuneração, que é calculada de acordo com uma fórmula, traduzir-se-á num ganho de 15 cêntimos por cada euro a mais de medicamentos genéricos vendidos, segundo explicou aos jornalistas o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Paulo Duarte.

Para Paulo Duarte, a receita eletrónica trata-se de um «passo de gigante» já que permite aviar receitas apenas com o cartão de cidadão, mas também permite adquirir medicamentos com a receita do Sistema Nacional de Saúde a quem não dispõe deste cartão de identificação eletrónico.