SNS tem de reduzir para metade casos de erros com medicação 659

SNS tem de reduzir para metade casos de erros com medicação

11 de Fevereiro de 2015

As unidades do Serviço Nacional de Saúde têm de reduzir para metade, a partir de 2020, o número de casos relacionados com erros de medicação por cada ano, segundo o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes publicado ontem.

Globalmente, este Plano pretende garantir a maior segurança possível dos doentes, evitando incidentes, que na maioria dos casos surgem ligados a defeitos organizacionais e não à competência técnica dos profissionais, segundo o documento publicado ontem em Diário da República.

No que respeita à segurança na utilização da medicação, o Plano prevê, para final de 2020, que se reduza em 50% em cada ano, face ao anterior, o número de ocorrências de medicação nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou convencionados.

Segundo o sistema nacional que permite a notificação de incidentes na saúde, 13% do total de casos notificados são incidentes de medicação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 8% e 10% dos doentes internados em cuidados intensivos e 13% dos doentes em ambulatório sejam vítimas de incidentes, devido a práticas pouco seguras na utilização de medicação.

As instituições de saúde devem adotar boas práticas na validação e dupla validação de procedimentos relativos a medicamentos. Em relação aos fármacos de alto risco, bem como aos que são semelhantes, quer foneticamente quer de aspeto, devem ser adotadas estratégicas específicas.

O Plano Nacional para a Segurança do Doente prevê ainda a redução anual de um por cento, a partir de 2020, da taxa de incidentes cirúrgicos inadmissíveis.

Por outro lado, e ainda na área das cirurgias, prevê-se que, dentro de seis anos, a lista de verificação de segurança cirúrgica seja usada em 95% das operações. Esta lista permite à equipa cirúrgica validar uma sequência de atividades e desta forma minimizar os riscos de ocorrência de incidentes.

Este Plano pretende também reduzir o número de quedas no SNS para metade, a partir de 2020, lembrando o diploma que quase um quarto dos incidentes registados no sistema nacional de notificações está relacionado com quedas.

O documento, citado pela “Lusa”, prevê também metas ligadas ao consumo de antibióticos e à resistência a bactérias, estabelecendo para o final de 2020 uma taxa de prevalência de infeção hospitalar de 8%, reduzindo em metade, face a 2014, o número de antimicrobianos.

Em termos globais, dentro de seis anos, 90% dos serviços de urgência e de internamento dos hospitais têm de ser os sistemas informáticos em intercomunicação e 90% dos centros de saúde terão de ter acesso às notas de alta das entidades hospitalares de referência.