SOCFIC une Farmácia Comunitária dos países ibero-americanos: 1º congresso realiza-se em junho, em Barcelona 895

Depois da sua apresentação em Espanha e noutros países ibero-americanos (Brasil, México e Guatemala), chegou ontem a vez de a SOCFIC – Sociedade Científico-Profissional de Farmácia Ibero-Americana Comunitária – ser apresentada em Portugal.

À margem da sessão de apresentação, que decorreu no auditório da Associação Nacional das Farmácias, em Lisboa, o presidente da SOCFIC, Jesús Gomez, referiu, em declarações ao Netfarma, que a sociedade visa constituir uma plataforma de cooperação e de intercâmbio de conhecimentos científicos, experiências profissionais e boas práticas na área dos cuidados farmacêuticos entre os farmacêuticos comunitários ibero-americanos.

Da direção da SOCFIC fazem parte alguns nomes bem conhecidos da Farmácia portuguesa: Carlos Maurício Barbosa (vice-presidente), Carolina Mosca e Teresa Almeida (vogais da direção).

Jesús Gomez salientou ao Netfarma que, além de Portugal e Espanha, a sociedade conta com a participação de países América do Sul, América Central e Caraíbas. «Existe um grande entusiasmo nos países ibero-americanos porque em Portugal e Espanha os serviços farmacêuticos estão muito desenvolvidos na Farmácia Comunitária e olham para os nossos países com muita esperança. Vamos partilhar a nossa experiência, em benefício da população e dos doentes».

A realização do I Congresso SOCFIC, subordinado ao tema “Farmácia Comunitária: Essencial no sistema de Saúde”, que terá lugar nos próximos dias 9 e 10 de junho, no World Trade Center de Barcelona, é o primeiro dos quatro grandes projetos da SOCFIC. «Quisemos começar por demonstrar a importância do intercâmbio de conhecimentos, não apenas com palavras, mas com atos. O primeiro será juntar-nos para debater e partilhar experiências de todos os países. Predicar com o exemplo é o melhor e, além disso, o facto de pertencer a uma sociedade que em dois meses pôs em marcha um congresso internacional que, em seis meses, vai ser uma realidade, faz ganhar força e entusiasmo».

O segundo projeto diz respeito à realização do estudo “A Farmácia na América Latina”, coordenado por Carlos Maurício Barbosa. O objetivo é «conhecer a situação de cada país e as suas particularidades, com foco nos cuidados farmacêuticos». Já existe consenso sobre o questionário, que será enviado a pessoas muito diversas em cada país, com o objetivo de recolher a situação real de cada país. Segue-se a análise da situação e, por último, a realização de um plano de ação, consensual entre todos os países.

Em terceiro lugar, Jesús Gomes salienta a necessidade de trabalhar na implementação de serviços profissionais farmacêuticos. «Há três que são fundamentais: a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, a consulta farmacêutica e a revisão terapêutica», mas «existem muitos outros que estão a ser efetuados nas farmácias que necessitam de consenso, regulação e demonstração da sua efetividade».

Por último, o presidente da SOCFIC apontou a consensualização em todos os países da gestão dos sintomas menores, ou seja, uma base comum sobre a resolução de pequenas afeções na Farmácia ou a sua derivação ao centro de saúde, através da aplicação de protocolos consensualizados. Esta ação «aumenta a eficiência do sistema de Saúde», na medida em que «reduz o número de consultas nos centros de saúde e liberta os médicos para outras atividades» e, por outro, proporciona ao farmacêutico «a possibilidade de tomar decisões e fazer o seguimento desses doentes».

Refira-se ainda que, além de Jesús Gomez e de Carlos Maurício Barbosa, a sessão de apresentação da SOCFIC contou com a presença de Helder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Ema Paulino, presidente da ANF, Rui Santos Ivo, presidente do INFARMED, e Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde.