Sociedade de Reumatologia alerta para doenças que limitam movimentos da coluna 662

Sociedade de Reumatologia alerta para doenças que limitam movimentos da coluna

09 de Dezembro de 2015

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) realiza na sexta-feira, em Gaia, uma sessão de esclarecimento sobre as espondilartrites, um grupo de doenças crónicas que provocam perda de mobilidade da coluna e podem ser confundidas com uma dor de costas.

«A prevalência das espondilartrites na população portuguesa é de 1,6% e continua a existir um défice de reconhecimento das manifestações típicas da doença, porque muitas vezes se confundem com a lombalgia comum. Existe claramente uma necessidade de divulgação destas doenças, para que possam ser tratadas precocemente», notou Elsa Sousa, da SPR, em declarações à “Lusa”.

A responsável alerta que, sem tratamento, estas doenças evoluem para uma «perda de mobilidade ao nível da coluna, com limitações dos movimentos habituais e incapacidade de realizar tarefas do dia-a-dia, associadas a dor crónica», a inflamações nas articulações, no aparelho visual e no intestino e a «alterações na pele, nomeadamente com o aparecimento de psoríase».

Relativamente a uma dor de costas comum, «o que caracteriza as espondilartrites é a dor após o acordar e uma limitação da mobilidade mais forte nas primeiras horas do dia», destaca Elsa Sousa.

Para dar a conhecer este grupo de doenças, a SPR decidiu fazer uma sessão de esclarecimentos durante o sétimo Fórum das Espondilartrites, que se realiza na sexta-feira e no sábado num hotel de Gaia, distrito do Porto.

«Temos, pela primeira vez, uma sessão aberta ao público para, numa linguagem clara, transmitir as características da doença e revelar muitas das terapêuticas disponíveis», descreveu a médica e investigadora.

A iniciativa de esclarecimento está marcada para as 18:00 de sexta-feira.

«Queremos que o conhecimento seja partilhado e chegue à população – sentimos que é uma das estratégias importantes para que diagnosticar mais precocemente, e reduzir o impacto das doenças reumáticas na população e combater um conceito de passividade perante essas doenças», esclareceu Elsa Sousa.

Segundo a médica e investigadora, estas doenças crónicas surgem «muitas vezes numa população relativamente jovem» que, sem «uma sensibilização adequada» pode ter acesso ao reumatologista «já numa fase muito tardia da doença».
 

As Espondilartrites são um grupo de doenças inflamatórias crónicas, que partilham um conjunto de características clínicas e genéticas.

Fazem parte deste grupo a espondilite anquilosante, a artrite psoriásica, a artrite associada às doenças inflamatórias do intestino (doença de Crohn ou colite ulcerosa) e a artrite reativa, entre outras formas.

O Fórum das Espondilartrites tem como participantes em vários painéis temáticos Raquel Duarte, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho), Luís Figueira, do Centro Hospitalar São João, Pedro Alves, do Hospital de São José/Centro Hospitalar Lisboa Central) e Nuno Lança, do Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte.

A estes profissionais juntam-se Marcus Cequeira, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho), Renata Aguiar, do Hospital Infante D. Pedro/Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Pedro Ávila Ribeiro, do Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte, Fernando Pimentel-Santos, do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental) e Anabela Barcelos, do Hospital Infante D. Pedro/ Centro Hospitalar do Baixo Vouga).