O STADA Health Report 2024 Pharmacy Edition foi apresentado, em Lisboa, na Expofarma, a 22 de novembro, tendo incidido sobre “dados que dizem respeito à interação entre a população e a farmácia, para perceber como é que o doente vê a farmácia e o que espera da farmácia, dos farmacêuticos e do serviço farmacêutico”, avançou Ana Ferreira, General Manager da STADA Portugal, acrescentando que o relatório incidiu também sobre “o que é que a farmácia pode oferecer à sua população” e acima de tudo sobre “a farmácia do futuro”.
Coube a Marta Jaime apresentar os dados referentes ao Pharma´s Edition de STADA Health Report. O primeiro dado destacado foi referente “à confiança do utente sobre a medicina convencional”, onde apenas 1% dos participantes deste estudo dizem “não confiar” nesta.
Relativamente ao bem-estar e à prevenção da doença, “a maioria acredita que para ser mais saudável é preciso fazer exercício físico”. Contudo, constatou-se ainda que “10% diz nada fazer para ser mais saudável” e “18% considera que uma rotina saudável é tomar suplementos”.
Sobre o futuro das farmácias, “49% dos inquiridos gostaria de ter medicamentos mais acessíveis, mais serviços nas farmácias e consultas online”. Segundo os dados apurados, 17% dos portugueses gostariam ainda de falar de temas tabus nas farmácias.
Além dos medicamentos
Eunice Reis Barata, proprietária das Farmácias Reis Barata, e um dos elementos do painel de comentadores, questionada sobre as oportunidades que a farmácia do futuro poderá ter, respondeu que “o caminho para a saúde não passará só pelos medicamentos”. Neste sentido, argumentou que “conseguimos melhores resultados em saúde” se acrescentarmos “a prevenção”.
Relativamente à comunicação, Eunice Reis Barata entende que é necessário mais tempo para falar com o utente e perceber quais são as informações que pretendem obter.
Entregar medicamentos em casa
Nuno Flora, presidente executivo da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), garantiu que não só há escassez ao nível dos medicamentos, como há na saúde global ao nível “dos recursos humanos, dos produtos e se calhar até a determinados níveis do conhecimento”.
Nuno Flora afirmou que o trabalho conjunto da Distribuição e da Farmácia é um “requisito obrigatório”, uma vez que irá permitir a “colocação de produtos para poder prestar os melhores serviços à população”.
O dirigente da ADIFA chamou ainda a atenção para a questão de, atualmente, “as pessoas pedirem teleconsultas e consultas online”, sendo que acredita que “brevemente vão querer a entrega de medicamentos em casa”.
Acesso a dados
Por seu turno, Pedro Vasques, CEO da Rede Claro, realçou a importância de ter acesso aos “dados das pessoas”, para que possa haver uma análise se houve “uma boa adesão à terapêutica” ou se há necessidade de “alteração de alguns dos medicamentos”.
O CEO da Rede Claro abordou ainda a questão da saúde mental, assumindo que é um “problema de saúde pública”.
Por fim, sublinhou que é importante estar nas “redes sociais”, assim como nos “sites institucionais”, uma vez que as pessoas procuram informação por essas vias.
Evitar a doença
Quanto ao administrador do grupo FirstPharma, Pedro Dinis, este assumiu que “somos muito pouco preparados para mudanças na realidade e aquilo que vemos hoje é que o mundo muda depressa”.
Pedro Dinis destacou ainda a necessidade de as equipas adquirirem formação sobre “atuar antes e preparar as pessoas” para evitar uma doença, dado que os farmacêuticos “não querem simplesmente dispensar medicamentos para tratar”.