Startup do Porto cria anticorpo para proteger recém-nascidos de pneumonia e meningite
02 de novembro de 2017 Uma startup do Porto recebeu um apoio da fundação norte-americana Bill & Melinda Gates para criar um anticorpo de toma oral que permita tratar e proteger recém-nascidos de infeções causadas por uma bactéria que origina pneumonia e meningite. A bactéria em causa, designada Estreptococcus do Grupo B, «é uma das principais causas» dessas patologias em recém-nascidos, detetadas principalmente nos meios rurais de países em desenvolvimento, disse à “Lusa” Pedro Madureira, diretor científico da startup (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) Immunethep. «Grande parte das infeções nos países em desenvolvimento ocorre em meios rurais, onde o cuidado médico é praticamente inexistente, sendo o objetivo deste projeto desenvolver anticorpos que possam ser administrados oralmente (bebidos), o que não implica a atuação de profissionais especializados», podendo assim o «tratamento chegar a mais pessoas», indicou. De acordo com Pedro Madureira, o objetivo da Immunethep é criar uma terapia baseada na administração oral de anticorpos para neutralizar a molécula bacteriana GAPDH, que impede o nosso sistema imune de combater as infeções. Este é o segundo projeto da startup, que tem vindo a desenvolver uma vacina que produz esses anticorpos para neutralizar a GAPDH e ajuda a prevenir ao mesmo tempo infeções bacterianas que causam doenças como meningite, pneumonia, septicemia (infeção na corrente sanguínea) e, nos casos mais críticos, morte por choque sético. A vacina PNV «é a primeira capaz de prevenir infeções multibacterianas, incluindo estirpes multirresistentes, desde o útero (pré-natal) até à velhice (idosos)», informou Pedro Madureira. A estratégia da Immunethep é encontrar outras formas de criar ou fornecer esses anticorpos para além da vacina, como é o caso deste produto de administração oral, cujos estudos se iniciarão em novembro. |