Sucesso no tratamento de tumores ósseos em crianças superior a 70% 15 de setembro de 2014 O tratamento de tumores ósseos malignos em crianças apresenta hoje, em Portugal, uma taxa de sucesso na casa dos 73%, disse o diretor do serviço de ortopedia Pediátrica do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC). Segundo Gabriel Matos explicou à agência “Lusa”, a percentagem de sobrevida coloca Portugal no pelotão da frente dos países europeus com melhores resultados no tratamento da doença. Não sendo o tipo de doença oncológica mais frequente em crianças e adolescentes – representa apenas cerca de 10% -, de acordo com o responsável médico, os tumores ósseos primitivos manifestam-se anualmente em cerca de 20 a 25 pessoas. «Desde o fim da década de 1990 que a taxa de sucesso no tratamento destes tumores anda entre os 70 e 80% e não tem passado daí, o que é um avanço muito grande comparativamente ao final da década de 1970», sublinhou. No futuro, Gabriel Matos antevê uma evolução dos tratamentos através de terapias moleculares direcionadas e reconstrução de tecidos moles que ficam, por vezes, também afetados. No entanto, alertou para a necessidade dos diagnósticos serem cada vez mais precoces e dos doentes serem encaminhados para tratamentos em centros de referência com experiência neste tipo de tumores. O serviço de ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o CHUC, chefiado por Gabriel Matos, é um centro de referência nacional no tratamento dos tumores ósseos malignos, recebendo doentes de todo o país e também de Cabo Verde e Angola. «Somos um centro diferenciado e reconhecido pelos nossos pares, que leva a que hospitais de todo o país, do Norte ao Algarve, encaminhem doentes para esta unidade, como acontece, por exemplo, com o IPO do Porto, com quem temos um protocolo», explicou o médico. Na terça-feira, o serviço de ortopedia do CHUC realiza o simpósio “100 tumores ósseos malignos no Hospital Pediátrico de Coimbra” para celebrar a «marca histórica de 100 crianças tratadas por patologia oncológica musculo-esquelética». A iniciativa pretende ser uma «celebração da vida», nas palavras de Gabriel Matos, em que se juntam profissionais de saúde na discussão do estado da arte no diagnóstico e tratamento dos tumores ósseos, bem como antigos doentes que, agora na idade adulta, vão participar com o seu depoimento. O simpósio vai debater o “Tratamento dos Tumores Ósseos no HP: celebrando o Passado e construindo o Futuro!”,”Imagens que valem diagnósticos: do RX à RM”, “A Biópsia: pedra angular no diagnóstico e tratamento” e “Que opções para o tratamento cirúrgico dos tumores ósseos em idade pediátrica?”. “E quando as crianças crescem e se tornam adultos: que perspetivas?”, “A vida para Além do Tumor: Viva o Presente!” e “Heróis do Pediátrico: histórias de perseverança, coragem e sonhos” serão também temas em discussão. |