Um surto de hepatite A detetado na região do Algarve em agosto mantém-se ativo, com um total de 25 casos, na sua maioria em crianças e jovens.
“Mantém-se ativo um surto de hepatite A na região do Algarve, num total de 25 casos até à data, com notificação do primeiro caso a 15/08/2024 e do mais recente a 26/11/2024”, informou, na sexta-feira (dia 29) a delegada regional de saúde do Algarve em resposta à agência Lusa, após a Unidade de Saúde Pública (USP) do Baixo Alentejo ter revelado a existência de um surto de hepatite A, com origem no Algarve, com seis casos no Bairro das Pedreiras, em Beja.
No Algarve, o surto tem afetado predominantemente crianças e jovens, com 16 casos notificados, e também adultos (nove), incluindo uma profissional de saúde, acrescentou a autoridade regional de saúde.
Os afetados são residentes em três aglomerados do concelho de Faro e num do concelho de Olhão, “em habitações com condições precárias de higiene e salubridade, o que favorece a transmissão deste tipo de doenças”, explica a mesma fonte.
Segundo a autoridade de saúde, “fora desta comunidade, mas ligados epidemiologicamente a este surto”, verificou-se um caso na região de Lisboa e Vale do Tejo, “onde a criança se encontrava transitoriamente com a família”, e seis na região do Alentejo.
Todos os casos identificados foram sintomáticos, com febre, icterícia, acolia, dores abdominais, fadiga, anorexia, náuseas e vómitos, entre outros.
Segundo a delegada regional de saúde do Algarve, foi feita investigação epidemiológica, incluindo ambiental, “a qual foi inconclusiva quanto à origem do surto”.
Para evitar a transmissão da doença foram realizadas a identificação de contactos, a vacinação contra a hepatite A, sendo que 157 pessoas elegíveis para o efeito “aceitaram ser vacinadas”, e ações de informação às famílias afetadas.
Quanto a medidas de prevenção da transmissão, realizaram-se reuniões com os responsáveis dos municípios onde o surto permanece ativo, envolvendo também instituições e organizações não-governamentais que prestam apoio a populações mais vulneráveis.
A delegada regional de saúde do Algarve salienta “a importância da implementação das medidas de prevenção da transmissão e o reforço da vacinação entre os indivíduos em maior risco de exposição” e solicita, em caso de suspeita, o pedido de contacto para o SNS24 (808 24 24 24) para triagem e aconselhamento.
A Unidade de Saúde Pública (USP) do Baixo Alentejo informou, também na sexta-feira, que está em curso um surto de hepatite A, com origem no Algarve, tendo sido confirmados seis casos no Bairro das Pedreiras, em Beja.
Em comunicado, a Unidade de Saúde do Baixo Alentejo adianta ter sido realizada, como medida de prevenção e mitigação da transmissão da doença, uma campanha de vacinação comunitária no Bairro das Pedreiras de 22 a 25 de outubro.
Foram vacinadas 153 crianças com idades até aos 18 anos, acrescenta a USP, referindo que a vacinação foi dirigida à população com indicação neste surto e incluiu ações de sensibilização e promoção das medidas preventivas da transmissão da doença.
De acordo com a USP, o primeiro caso de hepatite A no Baixo Alentejo foi registado em 18 de setembro e o último, associado ao surto do Bairro das Pedreiras, teve início de sintomas há mais de um mês.