O mote para o Rethinking Pharma 2024 é “Fast Forward” e confirma-se que o evento do ano para a indústria farmacêutica está a ser preparado a toda a velocidade. Em consonância, a 6 de junho todos os caminhos terão o Centro de Congressos do Lagoas Park no horizonte, para mais uma edição da iniciativa que advém de uma pareceria da Pharmaplanet com a Marketing Farmacêutico. E não há tempo a perder, porque o pequeno-almoço será em alto mar, com uma Talent Fishing Trip.
Ao leme do barco estará Susana Coerver, que trará o essencial para enfrentar a maré, por vezes perigosa, que continua a levar talento nacional para fora de portas quase em êxodo. Formada em marketing, publicidade, criatividade, design thinking e finanças, conta com mais de 20 anos de experiência em marketing, comunicação e meios digitais. Já trabalhou fora de solo nacional e é uma verdadeira ativista de temas como a criatividade e inovação, a cultural empresarial e igualdade de género, bem como em saúde mental.
E a entrevista da Marketing Farmacêutico a Susana Coerver, que poderá ler na próxima edição e da qual apresentamos aqui um excerto, não podia começar de outra forma: o que será o Talent Fishing Trip? A resposta, tendo em conta o contexto do mercado de trabalho, surpreenderá apenas os mais desatentos. “Grande parte das empresas com as quais reúno queixa-se sistematicamente da falta de capacidade de atração e fidelização do talento. Continuar a fazer as mesmas coisas à espera de resultados diferentes tem um nome. E não é eficácia [risos]. É preciso começar a fazer perguntas diferentes e pensar como podemos atingir objetivos com estratégias inovadoras. É sobre isto que vamos falar”, começou por explicar.
“Estando muito focada em ajudar as empresas a encontrar novas caminhos para os seus desafios, a minha expetativa é ter um momento de provocação do pensamento e alguma disrupção. Gostaria de abrir a mente das empresas, porque podem existir formas inovadoras e aceleradoras de resultados. E o mais incrível é que podem fazê-lo usando as próprias equipas”, acrescentou.
Disse ser importante que haja um ambiente de trabalho em que os “trabalhadores sintam que são confiados e valorizados, reconhecendo que são capazes de gerir o seu tempo e ser produtivos, mesmo quando não estão no escritório. E se for caso disso, mostrar evidencias contrárias quando as houver”. O que leva a “perdas de produtividade brutais”, frisou Susana Coerver, é “a má gestão das expectativas dos trabalhadores”. “Onde as empresas deveriam colocar os seus esforços é em comunicar o que espera dos trabalhadores em termos de comportamento, desempenho e responsabilidades, de forma clara, objetiva e transparente, para poder cobrar pelos resultados”, assegurou.
Reserve aqui o seu lugar no Rethinking Pharma.
Inscrição Individual – 295€ (IVA incluído) | Inscrição de Grupo (10 pax) – 2.655€ (IVA incluído)
O valor inclui: Welcome Kit, acesso a todas as sessões e debates, pequeno-almoço, coffee-Breaks, almoço (entrada, prato principal, sobremesa e bebidas) e Business Lounge.
Acompanhe tudo no site oficial: rethinkingpharma.pt
Ainda antes desta comunicação, há a atração e a retenção de talento. Com as empresas nacionais, de forma geral, a queixarem-se deste tema, há também uma nova geração de trabalhadores a chegar ao mercado e que se preocupa mais com equilíbrio entre o pessoal e profissional. Assim sendo, como melhorar esta atração mútua entre empresas e jovens, dois polos que se deviam juntar, mas estão ao mesmo tempo afastados? Susana Coerver começa por um tema há muito debatido, mas logo explana: “Sabemos que o tema dos salários é um tema complexo. Temos salários muito baixos em Portugal, mas para os melhorar temos de melhorar a nossa competitividade. Sem flexibilidade laboral vai ser difícil atrair os jovens. Ouvi de uma empresa muito recentemente: ‘Damos um dia de trabalho remoto, mas é à quarta-feira’. Porquê à quarta-feira? Temos medo que vão de férias? Ou permitir-lhe estar três dias na sua zona natal e por isso mais perto das famílias, os vais deixar mais felizes e por isso também, mais comprometidos e produtivos?”.
“O Rethinking Pharma é uma marca de reconhecido valor e sucesso”
“As empresas ainda super hierarquizadas, autocráticas, em que há a cultura do ‘eu digo e tu fazes’, estão condenadas. Mas também há muitas empresas a queixarem-se da falta de resiliência e compromisso dos jovens. Aí também tenho sido bastante crítica. Estamo-nos a queixar dos filhos que criámos, mas passámos dos 8 aos 80. A minha mãe nunca estudou comigo e agora temos pais a acompanhar os filhos a universidades, a arranjar-lhes os estágios e a acompanhá-los em entrevistas de emprego. O que estamos à espera? Do que nos estamos a queixar?”, volta a questionar.
Susana Coerver não precisa de mais currículo para guiar o navio do Rethinking Pharma até bom porto, mas a verdade é que o tem. Em 2023, quando a Scopen analisou os Best Marketer to Work, a então head of marketing do Lidl ficou no top 10 (sexto lugar), numa escolha votada pelos pares.
“Esperam que os jovens se adaptem rapidamente à cultura e às regras da empresa, sem que na maioria das vezes entendam o why. E já falaram com estes jovens? Valorizam mais a flexibilidade, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o trabalho com propósito”, referiu.
“Muitas vezes o que as empresas querem é mudar por milagre. Se temos lideranças totalmente discordantes destes valores, então talvez esteja na altura do “change or loose” relativamente a competitividade, atração e resultados”, referiu.