Tagrisso financiado para o tratamento de 1.ª linha no cancro do pulmão de células não-pequenas com mutações do EGFR 264

Tagrisso (Osimertinib) foi financiado em Portugal para o tratamento de 1.ª linha de doentes adultos com Cancro do Pulmão de Células Não Pequenas (CPCNP), localmente avançado ou metastático, com mutações ativadoras do Recetor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR).1

A autorização de introdução de mercado na Europa, em junho de 2018, baseou-se nos resultados do ensaio de Fase III FLAURA, publicados no New England Journal of Medicine, onde Tagrisso quando comparado com os Inibidores de Tirosina Cinase (TKI) do EGFR, de 1.ª geração (erlotinib ou gefitinib), em doentes com CPCNP com mutação do EGFR, demonstrou uma Sobrevivência Livre de Progressão (PFS) com mediana de 18,9 meses no braço Tagrisso vs. 10,2 meses no braço EGFR-TKI de 1.ª geração.2

Em 2020, Tagrisso obteve dados de Sobrevivência Global (OS) com uma mediana de 38,6 meses no braço Tagrisso vs. mediana de 31,8 meses no braço EGFR-TKI de 1.ª geração.3

Adicionalmente, Tagrisso demonstrou uma redução de 52% no risco de progressão no Sistema Nervoso Central (SNC), em doentes com metástases cerebrais.4

Tagrisso, já se encontrava financiado em Portugal para o tratamento de doentes com CPCNP localmente avançado ou metastático, positivos para a mutação T790M do EGFR, que progrediram após ou em terapêutica com um EGFR-TKI. 5

Sobre o Cancro do Pulmão de Células Não-Pequenas (CPCNP)
O Cancro do Pulmão é a principal causa de morte relacionada com cancro, representando 1,79 milhões de mortes (18%), no mundo inteiro.6 Cerca de 10-15% dos doentes na Europa7 e 30-40% de doentes na Ásia têm CPCNP com mutação EGFR.8 Estes doentes são particularmente sensíveis ao tratamento com os EGFR-TKIs de 1ª e 2ª geração disponíveis, que bloqueiam as vias de sinalização celular que promovem o crescimento das células tumorais.9 No entanto, os tumores desenvolvem, em muitos casos, resistência à terapêutica com EGFR-TKIs, levando à progressão da doença.10,11 Aproximadamente 2/3 dos doentes desenvolve resistência aos restantes EGFR-TKIs aprovados, como o gefitinib, erlotinib e afatinib, devido à mutação de resistência, EGFR T790M.10,11 Existe também uma necessidade clínica não preenchida ao nível do perfil de eficácia no SNC, visto que os EGFR-TKIs de 1ª e 2ª geração penetram de forma limitada a barreira hematoencefálica.12

Sobre Tagrisso (Osimertinib)
Tagrisso é um EGFR-TKI de 3ª geração, irreversível, com atividade no SNC (que penetra a barreira hematoencefálica intacta)13 e com uma estrutura química diferente dos outros EGFR-TKIs aprovados. 14,15 Tagrisso foi desenvolvido para inibir de forma irreversível e seletiva as mutações ativadoras (deleções do exão 19 e mutação pontual do exão 21 (L858R)) e a mutação de resistência T790M do EGFR.3,14,16
Os comprimidos de Tagrisso 40 mg e 80 mg de toma única diária, por via oral, foram aprovados em mais de 50 países, incluindo os EUA17, UE15 ou Japão18, para doentes com CPCNP localmente avançado ou metastático com mutações ativadoras do EGFR e mutação positiva T790M do EGFR.15

Sobre o Estudo FLAURA
O estudo FLAURA, ensaio de Fase III, avaliou o perfil de eficácia e segurança do tratamento com Tagrisso 80 mg de toma única diária, por via oral, versus o tratamento com EGFR-TKIs de 1ª geração (erlotinib [150 mg oral, uma vez por dia] ou gefitinib [250 mg oral, uma vez por dia]) em 1ª linha de tratamento em doentes com CPCNP localmente avançado ou metastático com mutações ativadoras do EGFR. Este ensaio multicêntrico, aleatorizado com dupla ocultação englobou 556 doentes de 29 países.2

O endpoint primário do ensaio foi a Sobrevivência Livre de Progressão (PFS) e os endpoints secundários incluíram a Sobrevivência Global (OS), Taxa de Resposta Objetiva (ORR), Duração da Resposta (DoR), taxa de controlo de doenças, segurança e medidas de qualidade de vida.2

Nos resultados de perfil de eficácia do estudo FLAURA, de acordo com a avaliação do investigador, Tagrisso demonstrou uma melhoria clínica e estatisticamente significativa na PFS versus o comparador EGFR-TKI de 1ª geração (mediana de 18,9 meses e 10,2 meses, respetivamente; HR=0,46 IC 95% 0,37-0,57; p<0,001.) e uma mediana de DoR de 17,2 meses versus 8,5 meses. Relativamente ao perfil de tolerabilidade, Tagrisso manteve um perfil idêntico ao demonstrado pelo tratamento com EGFR-TKIs 1ª geração, no entanto, com uma menor frequência de efeitos secundários de grau ≥ 3 e com uma menor taxa de descontinuação.2

Sobre a AstraZeneca
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Referências:
1. Relatório de avaliação de financiamento público de Tagrisso (Osimertinib) em 1ª Linha disponível em: https://www.infarmed.pt/web/infarmed/relatorios-de-avaliacao-de-financiamento-publico acedido em março de 2021
2. Soria J-C et al. Osimertinib in untreated EGFR-mutated advanced non–small-cell lung cancer. New England Journal of Medicine 2017 Jan 11;378:113-125;
3. Ramalingam SS, et al. Overall Survival with Osimertinib in Untreated, EGFR-Mutated Advanced NSCLC. New England Journal of Medicine 2020; 382:41-50
4. Reungwetwattana, T., et.al. CNS Response to Osimertinib Versus Standard Epidermal Growth Factor Receptor Tyrosine Kinase Inhibitors in Patients With Untreated EGFR-Mutated Advanced Non-Small-Cell Lung Cancer. Journal of Clinical Oncology 2018 Aug. JCO2018783118.
5.Relatório de avaliação de financiamento público de Tagrisso (Osimertinib) disponível em: https://www.infarmed.pt/web/infarmed/relatorios-de-avaliacao-de-financiamento-publico acedido em março de 2021
6. Dados Globocan 2020 disponível em https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/cancers/15-Lung-fact-sheet.pdf acedido em março de 2021
7. Szumera-Ciećkiewicz A, et al. EGFR Mutation Testing on Cytological and Histological Samples in Non-Small Cell Lung Cancer: a Polish, Single Institution Study and Systematic Review of European Incidence. International Journal of Clinical & Experimental Pathology. 2013; 6(12): 2800-12
8. Ellison, G., et al. EGFR mutation testing in lung cancer: a review of available methods and their use for analysis of tumour tissue and cytology samples. Journal of Clinical Pathology 2013; 66(2), 79–89
9.. Langer CJ et al. Epidermal Growth Factor Receptor Inhibition in Mutation-Positive Non-Small-Cell Lung Cancer: Is Afatinib Better or Simply Newer? Journal of Clinical Oncology. 2013;31(27);3303-3305
10. Yu, Helena A et al. Analysis of tumor specimens at the time of acquired resistance to EGFR-TKI therapy in 155 patients with EGFR-mutant lung cancers. Clinical Cancer Research 2013; 19(8): 2240-7.
11. Jänne PA, et al. EGFR Mutations and Resistance to Irreversible Pyrimidine-Based EGFR Inhibitors. Clinical Cancer Research. 2015 Sep 1; 21(17):3913-23.
12. Ballard P, Yates JW , Yang Z et al. Preclinical Comparison of Osimertinib with Other EGFR-TKIs in EGFR-Mutant NSCLC Brain Metastases Models, and Early Evidence of Clinical Brain Metastases Activity. Clin Cancer Res. 2016;22(20):5130-5140
13. Varrone A, Varnas K, Jucaite A, Cselenyi Z, Johnstrom P, Schout M, et al. Osimertinib Dispalys High Brain Exposure in Healthy Subjects wint Intact Blood-Brain Barrier: A Micro-dose Positron Emission Tomography (PET) Study with 11C-labelled Osimertinib. Poster presented at 2018 AACR meeting. 2018
14. Cortot AB, et al. Molecular mechanisms of resistance in epidermal growth factor receptor-mutant lung adenocarcinomas. Eur Respir Rev. 2014;23(133): 356-366
15. Resumo das Características do Medicamento de Tagrisso disponível em www.infarmed.pt acedido em março de 2021.
16. Cross DA, et al. AZD9291, an irreversible EGFR TKI, overcomes T790M-mediated resistance to EGFR inhibitors in lung cancer. Cancer Discovery. 2014;4(9):1046–1061
17. US Food & Drug Administration (FDA) – Approved Drugs disponível em: dhttps://www.fda.gov/drugs/resources-information-approved-drugs/osimertinib-tagrisso acedido em março de 2021
18. Japan’s Pharmaceuticals and Medical Devices Agency (PMDA). Review Reports Drugs: Tagrisso. Disponível em https://www.pmda.go.jp/files/000220615.pdf acedido em março de 2021

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