Técnicas permitem preservação da fertilidade em mulheres com cancro 27 de Fevereiro de 2015 O presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) salientou hoje a existência de técnicas que permitem a preservação da fertilidade em mulheres com cancro, uma delas com êxito global a «rondar os 40%». Os riscos de infertilidade em mulheres com cancro variam «das drogas empregues» e da sua idade, sendo a quimioterapia o tratamento «mais agressivo para a fertilidade», afirmou o presidente do núcleo da LPCC, Carlos Oliveira, referindo que os riscos «são grandes» para as mulheres em idade fértil. Face a esses riscos, o Núcleo Regional do Centro vai promover uma sessão sobre oncofertilidade no sábado de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, na qual pretende mostrar a importância e as possibilidades disponíveis da preservação da fertilidade para doentes oncológicos, avançou a “Lusa”. Na região Centro, foi criado em 2010 o Centro de Preservação da Fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo, até ao final de dezembro, preservado a fertilidade a 275 doentes oncológicos, 188 homens e 87 mulheres. Esta «é uma nova forma de abordar a fertilidade» em doentes oncológicos, sendo necessário divulgar esta possibilidade junto dos doentes, mas também junto dos profissionais de saúde, sublinhou Carlos Oliveira. A técnica da criopreservação de ovócitos, aplicada no centro do CHUC, apresenta «uma taxa de êxito global» que ronda os 40%, sendo também utilizada a criopreservação do tecido ovárico, que «ainda é uma técnica experimental», não havendo ainda em Portugal nenhum bebé nascido a partir dessa técnica, que implica uma intervenção cirúrgica, informou. «Os médicos estão a ser intensivamente informados daquilo que devem fazer para encaminhar os doentes para a preservação da fertilidade», frisou Carlos Oliveira, considerando que esta é uma abordagem não apenas da doença «mas do doente na globalidade». A sessão vai contar com a participação de Ana Teresa Almeida Santos, diretora do Centro de Preservação da Fertilidade, e de Cristina Silva e Cláudia Melo, também daquele mesmo centro do CHUC, abordando-se questões como o risco da infertilidade ou o apoio à tomada de decisão. |