Telessaúde “é a chave para mudar o rumo do controlo da pressão arterial” 579

De acordo com a American Medical Association (AMA), a telessaúde “é a chave para mudar o rumo do controlo da pressão arterial”, ao contribuir para uma “redução significativa da mortalidade” associada à hipertensão.

O controlo da pressão arterial pode reduzir de forma significativa a mortalidade e o risco entre os que padecem de hipertensão, “um fator de risco predominante para doenças cardiovasculares e renais”. “A consciencialização, o tratamento e o controlo da hipertensão” continuam a ser um desafio para os serviços de saúde e médicos.

É aqui “que a telessaúde pode ajudar”, explica a AMA, ao reforçar que entre 2017 e 2018 a taxa de controlo da pressão arterial nos Estados Unidos, 43,7%, caiu relativamente à percentagem de 48,5% registada em 2014. Para reverter esta tendência, o National Heart, Lung and Blood Institute e a Divisão de Doenças Cardíacas e Prevenção de Derrame dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) reuniram um conjunto de especialistas nacionais que destacaram a telessaúde como uma ferramenta “fundamental”.

Dos smartphones aos telefones fixos

A automonitorização da pressão arterial apresenta eficácia clínica e de custo, avança uma declaração conjunta da AMA e da American Heart Association. “A automonitorização envolve os pacientes nos seus cuidados e pode melhorar o controlo da hipertensão quando acompanhado da educação do paciente, apoio por parte de agentes comunitários de saúde, gestão de casos ou suporte das farmácias”, pode ler-se no relatório.

Seja através de “equipamentos de telecomunicações de áudio e vídeo, smartphones ou telefones fixos”, o apoio à distância e digital torna-se num contributo relevante para os doentes. A telemedicina relativa à hipertensão “deve incluir monitorização remota e transmissão de sinais vitais e adesão aos medicamentos, além de uma educação sobre estilo de vida e fatores de risco, com videoconsultas como opção”, continua a AMA.

De igual forma, a telessaúde “reduz as barreiras ao nível do paciente para o controlo da hipertensão, como desafios de transporte, cuidados infantis e afastamento do trabalho para as consultas”, continua a entidade, observando que “essa redução de barreiras sugere que a telessaúde pode economizar custos para os pacientes”.

Em Portugal, de acordo com o Plano Estratégico Nacional para a Telessaúde 2019-2022 do SNS, esta ferramenta “consiste na prestação de serviços remotos de prevenção, diagnóstico, tratamento ou monitorização em saúde, por diferentes canais de acesso e ferramentas TIC, numa relação entre o cidadão/cuidador e um sistema de saúde capacitado para, se necessário, referenciar para a prestação de cuidados presenciais”.

Este acompanhamento à distancia e no digital traduz-se em sete grupos: Auto-gestão, telerastreio, teletriagem, teleconsulta, não-clínicos, telereabilitação e telemonitorização.