A bastonária da OF, disse que a situação das farmácias em insolvência «não tem evoluído positivamente», reforçando, no entanto, que as medidas adotadas pelo Estado travaram o amplificar do problema.
Em declarações às quais o jornal do “Diário de Notícias” teve acesso, a bastonária afirmou que «não temos visto uma progressão [do número de insolvências] tão intensa como nos primeiros anos [durante a crise], pois se assim fosse já teríamos perdido metade da rede», salientando que as medidas foram tomadas apenas para «não piorarmos de uma forma tão acentuada».
Ana Paula Martins recordou que no período de resgate, com a intervenção externa, o impacto sobre as farmácias foi avaliado em 50 milhões de euros de perdas, porém o saldo final foi de 380 milhões de euros. «Não se fizeram as contas bem feitas e o resultado é este: 600 farmácias em Portugal em penhora e insolvência», reforça a bastonária na sequência de uma reunião com a delegação regional da OF, que representa 260 profissionais, dos quais 39 especialistas, distribuídos por 65 farmácias comunitárias.
A bastonária continuou que a remuneração das farmácias portuguesas é a segunda pior da Europa, depois da Roménia, o que coloca em risco a sua capacidade para consolidar a coesão territorial, considerando que parte dos estabelecimentos se encontra fora dos grandes centros urbanos. «Temos de garantir que todos os portugueses acedem aos medicamentos e se as farmácias que estão nestas zonas forem abaixo, se tiverem que fechar, não temos forma de garantir o acesso aos medicamentos», alertou.