A velocidade alucinante é uma das características mais visíveis dos tempos de hoje. É relativamente aceite que vivemos num mundo cada mais apertado em termos de espaço e de tempo.
Andamos todos a grande velocidade, mas, apesar do desenvolvimento tecnológico nos ter dado as ferramentas para fazermos mais rápido e sem grandes limitações de espaço, a verdade é que nos queixamos constantemente da falta de tempo.
Outro dos paradoxos é que apesar da busca constante do prazer e da felicidade, nunca, como agora, as pessoas pareceram tão infelizes. Assistimos ao aumento de vários índices de qualidade de vida, mas isso não parece ter-se refletido em felicidade.
O filósofo Gilles Lipovetsky lembra que esta, curiosamente, é também a altura em que se desenvolve a busca da qualidade do momento. Em que se assiste a um crescendo de respeito pelos outros.
O que nos espera então? O Futuro poderá estar na capacidade de fazer triunfar a ética da responsabilidade sobre os comportamentos irresponsáveis. E é isto que os consumidores exigem, cada vez mais, das marcas e das empresas.
Ou seja, como desde o início da Humanidade, o Futuro depende da capacidade de cada um de nós olhar para e pelos outros.
João Barros,
Professor Convidado na Escola Superior de Comunicação Social e
Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa