Terapias alternativas cativam médicos e utentes de hospitais públicos 07 de Dezembro de 2015 Algumas terapias alternativas já chegaram à maioria dos hospitais públicos portugueses. Acupuntura, osteopatia e reiki são as técnicas mais utilizadas nas unidades de saúde. Os médicos estão a aderir a estas práticas, prova disso são as listas de espera existentes para as inscrições nos cursos de terapias alternativas. Os cursos pós-graduados são quatro e não abrem todos os anos. «Neste momento estão cheios e há quase 30 médicos em espera», revelou Helena Ferreira, coordenadora da competência de acupuntura médica da Ordem dos Médicos. Também os utentes estão recetivos a estes tratamentos, pois as consultas anuais triplicaram em algumas unidades de saúde e só em relação à acupuntura «o número de consultas duplicou nos últimos anos», reforçou Helena Ferreira, em entrevista ao “DN”. A acupuntura é usada sobretudo nas unidades de medicina da dor ou na medicina física e de reabilitação, mas o controlo da náusea e da dor em doentes operados ou que fazem quimioterapia também tem bons resultados. «O controlo da dor no parto ou a aplicação de técnica para tratamento de infertilidade também é prática, neste caso associada à especialidade de ginecologia e obstetrícia», refere a médica de família de Lisboa, que tem tratado seis/oito doentes por semana. Maria Manuel Marques, anestesista do Hospital Beatriz Ângelo, que usa a técnica no âmbito da medicina da dor, diz que em Loures houve 2.371 consultas desde há quatro anos: «Nos primeiros anos foram 200 consultas/ano, hoje os números triplicaram: 600 a 700». Em Coimbra, Paula Capelo tem uma espera de dois meses. «Sempre que posso faço acupuntura, mas sou anestesista, por isso não consigo ver mais do que 16 doentes por semana. A nossa especialidade faz muita falta.». Desde 2008 que trabalha juntamente com outro médico que dá um dos cursos de formação pós-graduada. E todos os anos trata cerca de cem doentes. |