Testes genéticos e estudos estratégicos na luta contra o cancro da mama 390

No dia 30 de outubro celebra-se o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama 2020, uma data que visa consciencializar e sensibilizar a população mundial sobre a extensão desta doença, os seus diferentes tipos e o acesso a tratamentos e sistemas de diagnóstico. Na verdade, nos últimos anos, novos horizontes foram abertos para esta e outras patologias oncológicas, graças à imunoterapia, análise genómica e medicina de precisão.

Estas ‘ferramentas’ são cada vez mais utilizadas na prática clínica de rotina, melhorando as perspetivas de alguns dos 6 mil novos casos de cancro da mama que anualmente surgem em Portugal, além de agilizarem o trabalho dos especialistas em saúde, que graças ao estudo genético dos tumores têm mais informações sobre a origem de cada cancro e podem decidir com mais rapidez e precisão qual tratamento terá mais sucesso em cada caso.

“Com a realização de testes genéticos ao tumor, após a intervenção no cancro da mama, já conseguimos selecionar melhor aquelas doentes que necessitarão de tratamento complementar com quimioterapia, salvando aquelas com baixo risco de recidiva da doença de um tratamento cuja toxidade é bem conhecida ”, afirma o Dr. Rubén de Toro, oncologista especializado em cancro da mama e tumores de pele dos hospitais Jerez de la Frontera e HLA Puerta del Sur, na mesma cidade de Cádiz.

Uma das empresas líderes na realização de análises genómicas é a OncoDNA, especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro. Com sede na Bélgica e delegações em Espanha, Portugal e América Latina, a OncoDNA atua neste campo desde 2012 e participa de diversas iniciativas internacionais de pesquisa, também relacionadas ao cancro da mama.

Genes em destaque
Considerando uma série de estudos, apresentados em dois dos mais importantes congressos internacionais de oncologia, ESMO e ASCO, são numerosos os casos de cancro da mama que apresentam forte relação com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que fazem parte do sistema de deteção e reparação de danos ao ADN.

“Atualmente, existem medicamentos para as pessoas que sofrem da doença devido a uma ‘falha’ genética e hereditária nos genes como o BRCA. Esses tratamentos já estão disponíveis e são utilizados com excelentes resultados nos nossos hospitais. Mas, infelizmente, não são úteis em todos os casos e noutros controlam a doença por muito tempo, mas não a fazem desaparecer”, afirma Dr. de Toro. A realização de um perfil genético pode ser muito útil para detetar e diferenciar a origem do cancro de um doente, monitorizar a sua enfermidade e encontrar o tratamento mais adequado em todos os momentos.

Um exemplo da utilidade prática deste tipo de solução encontra-se no projeto de investigação pan-europeu AURORA. Uma pesquisa em desenvolvimento que se dedica ao estudo do cancro da mama metastático, analisando a genética dos tumores das participantes. O objetivo é gerar resultados sólidos que iluminem a biologia e a evolução dessa patologia, principal causa de morte por cancro em mulheres em todo o mundo.

Com mais de 1.000 doentes envolvidos e especialistas de 11 países, é uma iniciativa do Breast International Group (BIG), que escolheu a OncoDNA para ser o laboratório central e realizar análises de perfil molecular tanto em amostras de tumor primário e sólido como em metastático, bem como em amostras de soro e plasma.

A participação da biotecnologia no projeto AURORA está intimamente relacionada com a experiência que a empresa tem com doentes com cancro da mama em colaboração com vários hospitais. “Há anos que realizamos análises genómicas de amostras de tecido (biópsia sólida) e de sangue (biópsia líquida) para oferecer mais informações ao oncologista sobre um tumor e facilitar a tomada de decisão sobre qual tratamento será mais eficaz no seu doente, e sempre procurando democratizar a medicina de precisão”, afirma Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha, Portugal e América Latina.