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Teva dedica exclusivamente I&D a doenças respiratórias e do sistema nervoso central

08 de outubro de 2014

A Teva anunciou, após uma revisão estratégica, que vai deixar de apostar em I&D em áreas que não sejam o seu núcleo duro: o sistema nervoso central (SNC) e as doenças respiratórias, pondo fim às pesquisas relativas à saúde da mulher e à oncologia.

O CEO Erez Vigodman realçou que a farmacêutica «está empenhada em tornar-se líder mundial nas áreas do SNC e das doenças respiratórias, ambas com pacientes com necessidades significativas e crescentes ainda não atendidas».

Vigodman, que foi nomeado diretor executivo da Teva no início do ano, afirmou que «para além do lançamento dos 30 produtos que prevemos que aconteça até 2019, num total de novas receitas ajustadas ao risco de investimento superior a 4 mil milhões de dólares, serão lançados mais de 20 produtos no âmbito destas duas áreas terapêuticas nucleares», SNC e as doenças respiratórias.

De acordo com o “Firstword”, a empresa está focada em patologias como a esclerose múltipla, a doença pulmonar obstrutiva crónica e asma. No mês passado, a farmacêutica anunciou a intenção de submeter o medicamento experimental para a asma, reslizumab, para aprovação regulamentar a partir do primeiro semestre do próximo ano, depois de revelar os dados positivos da fase final dos estudos.

A Teva revelou que vai interromper ou deixar de investir em 14 projetos, o que irá resultar numa poupança de mais de 150 mil milhões de dólares em 2015 e mais de 200 milhões de dólares em 2016 e 2017. A farmacêutica realçou que as poupanças serão direcionadas, em parte, para aumentar os recursos nas suas principais áreas terapêuticas e também para ajudar a cumprir o plano de corte das despesas anuais, de aproximadamente 2 mil milhões de dólares, até ao final de 2017. De acordo com a empresa, espera-se que um maior investimento em SNC e nas doenças respiratórias aumente a produtividade I&D sem afetar o orçamento global da investigação.

A Teva indicou que em relação à saúde da mulher e à oncologia, áreas em que a empresa já comercializa medicamentos, irá concentrar-se em «produtos prontos ou quase prontos para o mercado, com o intuito de maximizar a rentabilidade sustentável». No entanto, a empresa disse que vai continuar a avaliar as oportunidades de colaborações e de atividades comercialmente orientadas. A farmacêutica acrescentou que serão divulgados mais detalhes sobre a revisão estratégica, no próximo relatório de lucros.

As notícias surgem quando a Teva está a antecipar uma competição de genéricos pelo Copaxone (acetato de glatirâmero), depois da patente norte-americana da versão diária da terapia para esclerose múltipla ter expirado em maio. No início do ano, a empresa apresentou uma petição assinada por cidadãos à Food and Drug Administration (FDA) em relação aos procedimentos da agência, para a aprovação de uma forma genérica do medicamento. Enquanto isso, a Mylan apresentou um pedido à FDA para uma versão genérica deste fármaco administrado três vezes por semana, que vai ser revisto pela agência em agosto.