Timor-Leste elimina filariose linfática como problema de saúde pública 135

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje que Timor-Leste eliminou a filariose linfática como um problema de saúde pública, tornando-o o quinto país da região a atingir este objetivo.

“O sucesso de Timor-Leste na eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública demonstra o poder de uma liderança nacional e de uma forte parceria”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pela Lusa.

“Felicito Timor-Leste por ser o 54.º membro da família global de países que eliminaram uma ou mais doenças tropicais negligenciadas e felicito o Governo, os profissionais de saúde, os parceiros e as comunidades afetadas por este feito”, prosseguiu.

A filariose linfática, vulgarmente conhecida como elefantíase, é uma doença parasitária debilitante transmitida por mosquitos, explicou a OMS.

A infeção é normalmente adquirida na infância, com manifestações visíveis, dolorosas e desfigurantes, que surgem muito mais tarde na vida, por vezes sob a forma de aumento de partes do corpo, causando dor, incapacidade grave e estigma associado, indicou.

A OMS considera que 72 países são endémicos em termos de filariose linfática, dos quais nove se situam na região do Sudeste Asiático, indicou.

A Tailândia, as Maldivas, o Sri Lanka e, mais recentemente, o Bangladesh conseguiram eliminar com êxito a doença como problema de saúde pública, disse a organização de saúde.

A Índia, a Indonésia, Myanmar e o Nepal continuam a implementar a administração maciça de medicamentos e a reforçar o acesso a um pacote essencial de cuidados através do sistema de saúde para as pessoas afetadas pela doença, prosseguiu.

“O Ministério da Saúde de Timor-Leste iniciou a medicação para travar a propagação da infeção em 2005 em cinco dos 13 distritos, mas os esforços foram interrompidos de 2007 a 2015 devido a restrições de financiamento”, recorda a OMS.

“Em 2015, a OMS forneceu recursos para reiniciar o programa de eliminação da filariose linfática, o que levou, em 2016, a uma subvenção de investimento de cinco anos da Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA) para a eliminação integrada de várias doenças em Timor-Leste”, prosseguiu.

Assim, com essa nova colaboração, Timor-Leste continuou a melhorar a qualidade e o alcance da medicação contra esta doença.

De junho a agosto deste ano, com o apoio da OMS e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Ministério da Saúde de Timor-Leste implementou um inquérito de validação da eliminação da filariose linfática para confirmar que a eliminação da mesma como problema de saúde pública foi alcançada.

Posteriormente, um Grupo Regional de Análise de Dossiês independente, convocado pela OMS, analisou “minuciosamente as provas que documentam os resultados alcançados e recomendou ao Diretor-Geral que procedesse à validação”, concluiu.

Também o Brasil, no passado dia 1, foi saudado pela OMS por ter eliminado esta doença como um problema de saúde pública.