Trabalhadores: Saúde 24 despede 16 trabalhadores para esmagar reivindicações 20-Jan-2014 Funcionários da Linha de Saúde 24 acusaram no sábado a administração de ter despedido pelo menos 16 dos trabalhadores em luta, em Lisboa e no Porto, demonstrando que está disposta a usar todos os meios para esmagar as reivindicações. A administração da Saúde 24 – Linha de Cuidados de Saúde (LCS) – «demonstrou mais uma vez» estar disposta a utilizar «todos os métodos disponíveis, sejam ou não legais, para esmagar a reivindicação dos trabalhadores pelo direito a um contrato de trabalho e contra a redução salarial», afirmou em comunicado a comissão informal de trabalhadores da Saúde 24. A sustentar esta afirmação, os trabalhadores denunciam que a administração despediu «pelo menos 16 dos trabalhadores em luta, em Lisboa e no Porto, incluindo algumas das caras mais visíveis desta luta». «A administração da Saúde 24 avançou para a mais repressiva das medidas e, perante a luta dos trabalhadores da linha, despediu sumariamente mais 16 trabalhadores», afirmam, sublinhando que «os despedimentos não foram aleatórios, mas dirigidos a perseguir e isolar algumas das pessoas que têm sido o rosto desta luta», como é o caso de Marisa Pereira, Tiago Pinheiro e Márcia Silva. A comissão de trabalhadores acusa a empresa de tentar utilizar estes funcionários como exemplo para mostrar que «quem ousar defender-se será punido e perseguido». Os trabalhadores afirmam que os despedimentos, além de «ilegais», são uma «irresponsabilidade» para o funcionamento da linha, por visarem «profissionais qualificados exatamente no meio do pico da gripe, altura de exigência máxima». Os funcionários destacam ainda o facto de estes despedimentos terem ocorrido precisamente uma semana antes de os trabalhadores serem recebidos pela Comissão parlamentar de Saúde e menos de uma semana depois de uma inspeção à Saúde 24 pela Autoridade para as Condições do Trabalho, cujo resultado ainda não é conhecido. Segundo a “Lusa”, os trabalhadores da Linha Saúde 24 garantem que vão continuar em luta pelo fim dos despedimentos, das perseguições e retaliações e contra os falsos recibos verdes e a coação das reduções salariais.
BE: Despedimento de trabalhadores da Saúde 24 é «regresso ao passado»
O Bloco de Esquerda considerou que o despedimento de 16 trabalhadores da Linha de Saúde 24 que deram «a cara» na luta pelos seus direitos é um «regresso ao passado». «Estes trabalhadores da Saúde 24 estão a fazer das lutas mais duras. Trabalhadores sem nenhum vínculo, sem qualquer proteção a recibo verde, juntaram-se e pararam a Saúde 24 no Porto e em Lisboa pelos seus direitos», começou por dizer a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, num jantar, na Marinha Grande. Na iniciativa, no âmbito das comemorações do 80.º aniversário da Revolta de 18 de Janeiro de 1934, continuou: «Soubemos que hoje 16 desses trabalhadores foram despedidos, entre eles todos aqueles que deram a cara, que deram o rosto por esta luta». «Isto é regressar ao passado – que os trabalhadores não tenham nenhum direito e quando dão a cara pela decência, pela dignidade, pela defesa da sua profissão, possam ser despedidos de um dia para o outro, como fez a empresa que gere a Saúde 24», afirmou a dirigente do Bloco, sustentando: «Este é o país que Pedro Passos Coelho que nos quer apresentar, o regresso ao passado». Lembrando a luta do operariado há 80 anos, Catarina Martins salientou que, «mesmo quando é tão duro o retrocesso», o BE está presente para continuar a luta, «sem nunca desistir, as vezes que forem precisas». |