Transplantação: “É um desafio trabalhar com os constrangimentos (existentes) no SNS” 131

A presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) elogiou, esta quinta-feira, os doadores, os profissionais de saúde e todos os que colaboram com a atividade dos transplantes e contribuem para os bons resultados alcançados no país.

Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala no sábado, Cristina Jorge considerou que a data é importante também para “reconhecer o trabalho e o mérito” de todos os que participam no processo.

“Tenho que ser otimista”, disse, adiantando que os resultados ao nível da transplantação, que “são de louvar”, se devem “com certeza ao esforço de todos os intervenientes”, incluindo as forças de segurança e quem se encarrega do transporte dos órgãos ou de tratar das condições logísticas.

“Conseguimos muito com muito pouco” devido ao “muito esforço e muita organização”, disse Cristina Jorge, adiantando que “é um desafio trabalhar com os constrangimentos (existentes) no Serviço Nacional de Saúde”.

De acordo os últimos dados da SPT, em 2023, Portugal foi o 3º país a nível mundial em termos de colheitas de órgãos de dador falecido por milhão de habitante e os números da transplantação de órgãos deste tipo de dador atingiram os valores mais elevados de sempre.

Registou-se também um crescimento global de 15% de órgãos transplantados em relação ao ano de 2022, que inclui 547 rins, 249 fígados, 87 pulmões, 52 corações e 28 pâncreas.

5ª maior taxa de transplantes renais

Portugal realizou, em 2023, 547 transplantes renais (os mais frequentes no país), dos quais 71 foram de dador vivo, indicou a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), salientando que o país tem a quinta maior taxa destes transplantes na Europa, com 49,01 transplantes por milhão de habitantes (dados de 2022).

Os dados foram divulgados, num comunicado a que a Lusa teve acesso, também a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação.

A SPN defende, contudo, no que toca ao transplante de rim de dador morto, o alargamento das equipas de promoção de colheita na generalidade dos hospitais e a expansão dos programas de doação em paragem cardiorrespiratória.