Tratamento a tuberculose a profissionais do Hospital de Portimão atrasado seis meses 13 de Maio de 2015 O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou ontem um atraso de seis meses no tratamento a tuberculose latente transmitida em serviço a sete profissionais de saúde do Hospital de Portimão e o desrespeito das normas de segurança vigentes. O caso em apreço ocorreu a 31 de outubro de 2014 durante o atendimento de um doente que acabou por transmitir o vírus da tuberculose a cinco enfermeiros e dois assistentes operacionais da Unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve. O Sindicato do Enfermeiros Portugueses recorre à orientação n.º 10 de 2014 da Direção-Geral da Saúde que refere que quando se «tem conhecimento da exposição, a avaliação do risco deve incluir a indicação dos contactos com exposição significativa e o plano de rastreio (avaliação clínica, radiológica, teste tuberculínico e IGRA)». A mesma recomendação refere que caso os resultados obtidos sejam negativos deve ser feita nova avaliação após oito a dez semanas. O coordenador do núcleo de Faro do SEP, Nuno Manjua, explicou à “Lusa” que o resultado dos rastreios só foi conhecido passados seis meses, o que atrasou pelo mesmo período o tratamento dos profissionais afetados. Os sete profissionais foram diagnosticados com tuberculose latente, ou seja, infeção do vírus em que não existem sintomas ou sinais de doença apesar de existir risco da pessoa infetada os desenvolver. No caso de tuberculose latente, não existe possibilidade de contágio. «Não se compreende como é que num hospital uma coisa que deveria ser imediata levou seis meses. Isto é uma irresponsabilidade, é agir dolosamente, é não ter respeito pela saúde dos seus profissionais nem do risco em que se põem as pessoas de quem tratam e as pessoas que têm em casa», sublinhou. Apesar de no caso específico os profissionais não terem utilizado equipamento de proteção individual, porque no início do atendimento não havia suspeitas de tuberculose, o SEP diz em comunicado que existem casos em que as instituições não providenciam os equipamentos de proteção individual. O conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) reagiu à denúncia do SEP explicando à “Lusa” que «as situações reportadas estão a ser acompanhadas pelo Serviço de Saúde Ocupacional seguindo a terapêutica e protocolo definidos para este tipo de situações» e que não tem recebido indicações de falhas no fornecimento de equipamento de proteção individual. «O CHA só tem uma médica de trabalho que é diretora de serviço e que está em Faro e que obviamente não consegue dar resposta a todos os trabalhadores do CHA de Faro, Portimão e Lagos», reagiu Nuno Manjua reivindicando mais médicos do trabalho. Apoiando-se na legislação aquele sindicalista referiu ainda que os profissionais do CHA deveriam fazer exames e consultas periódicas de saúde ocupacional no mínimo de dois em dois anos e não o estão a fazer. O SEP já deu conhecimento desta situação à Direção-Geral da Saúde e à Inspeção Geral de Atividades em Saúde, que encetou uma averiguação. |