13 de abril de 2018 A presidente da Fundação Comunidade Contra a Sida, Filomena Frazão de Aguiar, alertou hoje que os cortes no financiamento para o tratamento das pessoas que vivem com VIH «condiciona o acesso aos cuidados» médicos. Segundo a responsável, que falava no âmbito das 7.ª jornadas ético-jurídicas da infeção VIH/Sida, a decorrer hoje no Porto, houve «uma redução de mais de 35% no financiamento para o tratamento das pessoas que vivem com VIH» no início do ano. «Isso vai condicionar muito várias áreas, não só a qualidade de vida dos doentes, como também o acesso aos cuidados, a liberdade dos próprios médicos em prescreverem as terapêuticas para os doentes», sublinhou Filomena Frazão de Aguiar. Os cortes, acrescentou, «condicionam também o número de consultas e os exames». «Há que fazer um alerta, porque se não se falar das coisas elas caem no esquecimento», disse. A presidente da fundação afirmou também que os cortes no financiamento «põem em causa as metas da Organização Mundial de Saúde 90–90-90», que visam conseguir que, até 2020, 90% das pessoas infetadas sejam diagnosticadas, 90% das pessoas com o diagnóstico de infeção por VIH estejam em tratamento e que 90% das pessoas em tratamento estejam controladas. «A parte em que os doentes possam não ser tratados com os medicamentos que garantem a melhor qualidade da vida» é o que «preocupa mais» a fundação, frisou Filomena Frazão de Aguiar. Para esta tarde está programado um debate sob o tema “Um Financiamento Adequado na Saúde”, no qual participarão o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e a presidente do INFARMED, Maria do Céu Machado, entre outros profissionais. |