Tratamento inovador para cancro da próstata administrado em Coimbra 711

Tratamento inovador para cancro da próstata administrado em Coimbra

15 de Maio de 2015

O tratamento Radio 233, lançado no início do ano no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), permite uma melhoria da qualidade de vida dos doentes com cancro da próstata, disse à agência “Lusa” o responsável do serviço.

O tratamento, que já era administrado em duas instituições privadas, chegou agora, pela primeira vez, a um hospital público e, segundo a diretora do serviço de Medicina Nuclear do CHUC, Gracinda Costa, permite «dar qualidade de vida aos doentes» com cancro da próstata, controlando a dor provocada pelas metástases ósseas, podendo também registar-se «ganhos no aumento de vida».

O tratamento consiste na administração de uma substância radioativa (o Radio 233), através de seis injeções intravenosas, ao longo de seis meses, explanou.

O rádio, sendo um elemento químico análogo ao cálcio, vai fixar-se no osso. Deste modo, as metástases ósseas, como captam «mais cálcio», vão também, «captar mais rádio», o que ajuda a controlar e a garantir que «não cresçam», apesar de não ser possível destruir essas metástases com este tratamento, afirmou Gracinda Costa.

«É como se fosse um míssil dirigido», exemplifica, referindo que «as metástases têm um apetite imenso», sendo que, apesar de o rádio se difundir «por todo o corpo, vai-se localizar mais no sítio onde estão as metástases», destruindo o DNA das células metastáticas.

A quantidade de substância administrada é pequena – na ordem dos três nanogramas (três bilionésimos de grama) – sendo um tratamento «seguro, porque a toxicidade é muito limitada», frisou.

O tratamento Radio 233 está a ser aplicado a apenas um doente do CHUC, desde janeiro, registando-se já algumas «melhorias de qualidade de vida», apesar de a terapia ainda não ter sido concluída, avançou.

Hoje, Portugal assinala o Dia Nacional da Próstata.

O cancro da próstata é uma das doenças oncológicas mais frequentes nos homens, constituindo, neste grupo, a segunda causa de morte por cancro.