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Tratamento profilático para o VIH/sida chega a Portugal este ano

04 de Maio de 2016

A profilaxia pré-exposição do VIH chega a Portugal este ano. O projeto-piloto ainda está a ser delineado, mas António Diniz, diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA da Direção-Geral da Saúde, defende que deve seguir-se a prática internacional, ou seja, restringir o uso do tenofovir e de emtricitabina a homens que têm sexo com homens ou trabalhadores do sexo.

A toma de um comprimido todos os dias, se não houver falhas, pode reduzir a hipótese de contrair o vírus da sida para praticamente zero.

«O preço é uma preocupação. Vai de ter haver muita pressão para conseguir negociar um valor mais baixo e garantir o acesso a título preventivo. Neste momento há condições para avançar com um projeto-piloto mas generalizar a toda a população vai ser difícil», diz António Diniz.

Diniz admite que, no SNS, o lugar privilegiado para gerir a nova medicação seriam os centros de saúde, já que se trata do aconselhamento de pessoas saudáveis, mas a motivação dos serviços e a adesão dos interessados a consultas formais são uma preocupação.

Além do trabalho com médicos de família, uma hipótese é envolver os Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH (CAD) onde hoje se fazem testes rápidos, e também as organizações comunitárias que trabalham na prevenção do VIH/Sida e chegam a pessoas que procuram menos os serviços de saúde, como o CheckpointLX, um dos centros de rastreio do  GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos em Lisboa. Certo, para, já é que o teste-piloto será na região de Lisboa, onde continua a concentrar-se o maior número de infeções. Quatro em cada dez novos casos diagnosticados em 2014 foram registados na área metropolitana de Lisboa, com os concelhos de Lisboa, Sintra e Amadora a liderar as estatísticas, avançou o jornal “i”.