Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu uma pasta magnética biocerâmica para impressão 3D que pode ter aplicação em tratamentos ósseos.
Segundo uma nota da UA, a que a Lusa teve cesso, estas pastas “permitem desenvolver componentes 3D porosos à base de biocerâmicos (fosfatos de cálcio), biocompatíveis, bioativos e biodegradáveis, capazes de promover a regeneração óssea quando colocados num defeito ósseo, usando um único passo no processo de fabrico”.
A nova pasta contém na sua composição cálcio, fósforo e ferro, e elementos constituintes do osso natural que ajudam na reparação óssea.
Além da função regenerativa, as propriedades magnéticas da pasta e das estruturas impressas permitem o tratamento de cancro localizado por hipertermia (aquecem localmente matando células cancerígenas), não afetando as células benignas.
“A presente invenção consiste em pastas magnéticas biocerâmicas, com propriedades adequadas para impressão por técnicas de manufatura aditiva por extrusão, com as funcionalidades de promoção da regeneração e reconstrução de tecido ósseo e tratamento de cancro por hipertermia, quando aplicado um campo magnético externo”, referem os investigadores, citados na mesma nota.
Estas pastas podem ainda servir de suporte de agentes ativos na terapêutica de doenças ósseas localizadas, tais como fármacos, fatores de crescimento e outros agentes para tratamento de cancros que metastizem no osso, adianta a equipa de investigação, que conta com membros do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC).
Tendo em vista a proteção dos resultados da investigação, esta tecnologia, desenvolvida no âmbito do projeto ‘2BBone – Desenvolvimento de biomateriais não sinterizáveis à base de fosfatos de cálcio com bi-funcionalidade: regeneração e tratamento de cancro ósseo‘, foi alvo de proteção através de pedido de patente, tendo este sido concedido recentemente a nível nacional.