A ICNAS-Produção, empresa da Universidade de Coimbra (UC), foi autorizada a distribuir o “GalliUC”, uma formulação de Gálio-68 produzido em aceleradores de partículas (ciclotrões), para o diagnóstico do cancro.
De acordo com um comunicado divulgado pela UC, a autorização “foi concedida pelo Infarmed e é a primeira na Europa para o Gálio-68 e a primeira a nível mundial para um processo deste tipo, tendo inclusive obrigado à elaboração de uma nova monografia da Farmacopeia Europeia especialmente dedicada à produção de Gálio-68 em ciclotrões”.
O “Gálio-68 é um isótopo utilizado em exames PET (Tomografia por Emissão de Positrões) para o diagnóstico oncológico, nomeadamente em tumores neuroendócrinos e no cancro da próstata”, explicou a UC, na nota.
Segundo a UC, “a única forma de obter este isótopo era através de equipamentos denominados geradores de gálio, dispositivos dispendiosos e com capacidade de produção bastante limitada”, pelo que “existe uma escassez deste produto a nível mundial e, por vezes, os doentes têm de esperar vários meses até conseguirem realizar os seus exames”.
A UC informa também, que recentemente desenvolveu um processo de produção de Gálio-68 baseado em ciclotrões, o que possibilita “aumentar até 10 vezes a capacidade diária de produção, permitindo, assim, suprir as necessidades dos hospitais em relação a este isótopo essencial.
Além “de substituir os onerosos geradores, esta estratégia permite a flexibilidade de cada hospital ou clínica preparar o radiofármaco que mais lhe convém, de acordo com as suas necessidades clínicas em cada dia”, explica.
Este novo processo de produção de Gálio-68 foi patenteado pela Universidade de Coimbra e licenciado à multinacional belga IBA Radiopharma Solutions, líder europeu no fabrico de ciclotrões, que o vai comercializar em todo o mundo.