UC: Investigadora distinguida por estudo da osteoporose na menopausa 658

30 de Junho de 2015

Uma investigadora da Universidade de Coimbra (UC) recebeu um prémio internacional por ter desenvolvido um estudo que demonstra o desenvolvimento da osteoporose após a menopausa devido à redução dos níveis da hormona estradiol.

 

O estudo, anunciado ontem pela UC, evidenciou que «o decréscimo dos níveis da hormona estradiol altera o metabolismo das células ósseas, estando associado ao desenvolvimento de osteoporose, e que a reintrodução daquela hormona permite a recuperação do metabolismo normal das células, citou a “Lusa”.

 

Com este trabalho, que avaliou, pela primeira vez, o contributo do metabolismo das células ósseas na osteoporose após menopausa, a investigadora Ana Maria Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular daquela universidade, foi galardoada com o “Prémio de Jovem Investigadora”.

 

Segundo a investigadora, citada numa nota de imprensa da UC, «durante a menopausa o aparecimento da osteoporose pode estar associado a um declínio metabólico generalizado das células ósseas».

 

«Neste estudo, a hipótese centra-se na alteração do metabolismo dos osteócitos (células ósseas) em dois cenários: na presença e ausência de estradiol em ratos. A condição de menopausa dos ratos foi mimetizada através da retirada dos seus ovários», explicou.

 

O estudo, realizado num modelo animal, revelou que o estradiol tem um impacto marcante no metabolismo dos osteócitos.

 

A investigadora Ana Maria Silva justifica o trabalho com a «relação entre a menopausa e a osteoporose, que afeta 17% das mulheres portuguesas, em comparação com 2,6% dos homens, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Reumatologia de 2013».

 

O trabalho tem vindo a ser realizado no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, no grupo de investigação “Mitocôndria, Metabolismo e Doença – Área de Menopausa, Envelhecimento e Metabolismo”, sob a orientação da investigadora Vilma Sardão.

 

A investigação envolve uma equipa interdisciplinar, incluindo investigadores do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Instituto Politécnico de Leiria e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 

A distinção de Ana Maria Silva decorreu no quarto encontro conjunto da European Calcified Tissue Society (ECTS) e da International Bone and Mineral Society (IBMS), que decorreu em Roterdão, na Holanda.