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UE compromete-se a eliminar hepatite C, mas é preciso encontrar doentes

18 de Fevereiro de 2016

Representantes dos Estados-membros da União Europeia comprometeram-se a eliminar a hepatite C, um objetivo que, em Portugal, passa por descobrir e tratar os milhares de doentes que desconhecem ser portadores do vírus, segundo um ativista.

Luís Mendão, presidente do Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), presente na primeira cimeira política sobre hepatite C, que decorre em Bruxelas, sublinhou a importância deste encontro e as portas que o mesmo pode abrir.

No encontro, os participantes assinaram um manifesto, através do qual se comprometem com a eliminação da doença na Europa até 2030.

Os signatários «apelam a que todas as pessoas com a doença tenham acesso ao tratamento».

Luís Mendão acrescenta, contudo, que o fim da doença não acaba no tratamento, pois «é preciso traçar planos de prevenção e diagnóstico».

Isto porque «a maior parte das pessoas infetadas não sabe que é portadora do vírus e é preciso trazê-la aos centros de tratamento e dar-lhes a medicação».

Segundo o presidente do GAT, Portugal comprometeu-se a tratar 13 mil doentes até fevereiro, embora se estime a existência de 50 mil doentes.

«Para tratar mais doentes, os preços dos medicamentos precisam de descer», defendeu, congratulando-se com o facto de existirem três companhias com medicamentos muito bons para a hepatite C.

Luís Mendão apontou ainda as dificuldades no tratamento dos infetados nas prisões, onde existe «um problema sério». «Temos mais de 2.000 infetados nas prisões e apenas 40 pessoas tiveram acesso ao tratamento».

Segundo dados oficiais, quase 6.000 doentes iniciaram tratamentos para a hepatite C em Portugal, com pelo menos 1.200 utentes já considerados curados.

Os números, que reportam a 1 de fevereiro, constam do site da Autoridade Nacional do Medicamento e contabilizam 5.992 doentes com tratamento iniciado.

Dos doentes que já finalizaram o protocolo de tratamento, 1.202 estão curados e há 49 dados como doentes não curados.

O acordo entre o Estado e o laboratório que fornece os medicamentos inovadores para a hepatite C foi formalizado há um ano, tendo sido apresentado pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo, no dia 6 de fevereiro de 2015.