ULS Médio Tejo aposta numa maior partilha de informação entre serviços 303

Uma permanente interligação entre as unidades de cuidados primários e hospitalares, permitindo que médicos e doentes partilhem mais informação, está “em pleno funcionamento” na Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo, no âmbito do projeto “Linha Direta”.

“Através deste interface tecnológico, os médicos de família especialistas em Medicina Geral e Familiar podem consultar os colegas especialistas em questões específicas, ou na observação de um doente, sem necessidade de encaminhamento para o hospital para a realização de uma segunda observação física”, destacou hoje (13) a ULS em comunicado, segundo a Lusa, notando que o sistema “permite que ambos os médicos estejam de facto a ver e conversar com os utentes e colegas, em tempo real, e com uma qualidade de imagem extraordinária”.

Em sentido inverso, acrescentou, “também os clínicos dos cuidados hospitalares podem utilizar esta tecnologia para complementar elementos sobre o historial de saúde do utente”.

Para operacionalizar o programa, foram adquiridos mais de 100 computadores.

O “Linha Direta” é um dos dois projetos destacados pela ULS, com sede em Torres Novas (distrito de Santarém), numa nota em que faz um balanço da sua atividade desde a entrada em funcionamento, em janeiro: no primeiro semestre do ano, foram implementadas 17 das 32 medidas prioritárias para 2024, com “ganhos de saúde e eficiência”, destacando-se a interligação entre os diferentes níveis de cuidados.

“São mais de metade dos 32 projetos que a nova instituição se comprometeu a pôr em marcha no seu primeiro ano de atividade”, sublinhou a entidade gestora, que apresentou os seus eixos estratégicos do ano em janeiro, com um orçamento de 203 milhões de euros.

O presidente da administração, Casimiro Ramos, afirma que “a criação das unidades locais de saúde tem sido um catalisador fundamental para esta mudança” e para o “aproximar os cuidados de saúde das comunidades”.

A ULS Médio Tejo dá resposta direta a cerca de 169.274 utentes dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei, concelhos dos distritos de Santarém e Castelo Branco. A estrutura possui três hospitais: Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas entre si por cerca de 30 quilómetros.

Entre as iniciativas já concretizadas, é referido também o projeto “Gestão de Casos Clínicos”, através do qual são realizados “mensalmente, pelas distintas especialidades clínicas, ‘workshops’ temáticos, e debatidos casos clínicos entre médicos hospitalares e médicos dos cuidados de saúde primários”.

A medida “vem potenciar a partilha e atualização permanente de conhecimentos, para um melhor atendimento clínico”.

Segundo a nota, dos 32 projetos definidos, “a esmagadora maioria – um total de 22 – dizem respeito à implementação de melhorias diretamente relacionadas com a prestação de cuidados de saúde” e as restantes 10 referem-se à melhoria de procedimentos e sistemas de informação.

A ULS Médio Tejo, que referiu ter alcançado neste período a acreditação integral das três unidades hospitalares pelo modelo internacional ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucia), com o nível máximo de “Bom”, destacou ainda a criação de um centro de investigação e inovação “dirigido a todos os profissionais, acolhendo e valorizando os seus projetos, tendo como ponto de partida o utente e a melhoria contínua de práticas e serviços de saúde”.

Ao nível da Ortopedia, foi criada uma equipa de “enfermeiros especializados em reabilitação e em articulação com os cuidados de saúde primários” e, na Pneumologia, há agora “equipas multidisciplinares a darem resposta diferenciada a utentes com doença pulmonar e/ou respiratória crónica graves”.

Por outro lado, acrescentou a unidade gestora, a nova Consulta de Diagnóstico e Acompanhamento Pneumológico está a dar especial atenção os casos de tuberculose e a “consultas de apoio intensivo à cessação tabágica.