A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo anunciou a criação de um Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) de Cirurgia Ambulatória (CRI-Cir.Amb) para “diminuir as listas de espera cirúrgicas de forma significativa” no curto/médio prazo.
“O objetivo é reduzir os tempos de espera que neste momento existem para cirurgia, nomeadamente de oftalmologia, otorrino e urologia, especialidades onde temos uma procura bastante elevada e que ocupam tempos e blocos operatórios para a cirurgia convencional, o que vai permitir, simultaneamente, atender mais pessoas e fazer mais cirurgias”, disse, ontem, à Lusa, Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS Médio Tejo.
“Mais cirurgias, maior eficiência, mais qualidade e segurança para utentes e profissionais, redução de custos e uma redução expressiva dos tempos de espera da cirurgia de ambulatório das várias especialidades médicas” são os objetivos que caracterizam o CRI hoje lançado, indicou, em comunicado, a ULS Médio Tejo, que agrega três hospitais e tem sede em Torres Novas (Santarém).
“É aí que está, de facto, a novidade, é ser um CRI de cirurgia de ambulatório, multidisciplinar”, e em que uma “parte das cirurgias está englobada na atividade desta mini organização dentro de toda a organização hospitalar” da ULS Médio Tejo, notou Casimiro Ramos, tendo revelado a “expectativa” de, com o CRI-Cir.Amb, “resolver rapidamente as listas de espera” superiores a 12 meses.
O responsável destacou a “concentração em local apropriado de toda a cirurgia de ambulatório, de meios e recursos, em vez de estar dispersa pelas três unidades hospitalares e pelas diversas especialidades”, tendo feito notar que este CRI vai permitir “desbloquear tempos e blocos operatórios para a cirurgia convencional, realizar mais cirurgias e reduzir os tempos de espera”, em todas as especialidades.
Via verde da cirurgia de ambulatório
Em declarações à Lusa, Miguel Reis, diretor do CRI-Cir.Amb, disse que o objetivo “é nivelar os tempos de espera em todas as especialidades”, que têm realidades diferentes, e “não ter doentes com mais de 12 meses em listas de espera”, tendo afirmado que, “em três meses, a situação está resolvida em grande parte” das especialidades.
“Estamos a criar uma ‘Via Verde’ da Cirurgia de Ambulatório”, declarou, relativamente a uma “decisão estratégica” que visa assegurar a “melhoria de diversos indicadores (…) com mais segurança para o doente e satisfação para doentes e equipas” de profissionais.
“Com a reativação e criação de um grande Centro de Cirurgia Ambulatória em Torres Novas, vamos colocar a ULS Médio Tejo no mapa da Cirurgia de Ambulatório, aumentando a sua atratividade a nível nacional”, declarou o responsável, citado em nota informativa.
Os CRI
Em comunicado, a ULS Médio Tejo refere que o novo CRI-Cir.Amb é um “CRI multidisciplinar que envolve diversas especialidades cirúrgicas, com uma equipa dedicada de mais de 50 profissionais”.
A ULS Médio Tejo indica ainda que o CRI-Cir.Amb tem como “pilares” a “integração, uniformização e otimização de todas as etapas assistenciais” do procedimento de cirurgia de ambulatório, “desde a admissão dos doentes, passando pela cirurgia até ao seu acompanhamento pós-operatório, envolvendo igualmente os cuidados de saúde primários”.
Desde a sua criação, a ULS Médio Tejo contratualizou três CRI distintos com equipas multidisciplinares de profissionais de saúde da instituição: o CRI de Ortopedia (em outubro de 2023), o CRI de Saúde Mental (em julho de 2024) e, agora, o CRI de Cirurgia de Ambulatório.
A ULS Médio Tejo dá resposta direta a cerca de 169.274 utentes dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei, concelhos dos distritos de Santarém e Castelo Branco. A estrutura possui três hospitais: Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas entre si por cerca de 30 quilómetros.