Um em cada 10 doentes dos cuidados continuados tinha uma infeção em 2013 404

Um em cada 10 doentes dos cuidados continuados tinha uma infeção em 2013

26 de junho de 2014

Um em cada 10 doentes de unidades de cuidados continuados tinha uma infeção associada a cuidados de saúde (IACS), revela um inquérito da Direção Geral de Saúde (DGS) relativo a 2013.

 

O inquérito de prevalência de infeção e uso de antimicrobianos nas unidades de cuidados continuados (UCC) incluiu 2.304 residentes, tendo em 317 sido registada uma infeção (IACS), o que que traduz uma prevalência de 10,4%. Na totalidade foram identificadas 344 infeções (11,3%), noticia a agência “Lusa”.

 

«Estes resultados não podem ser comparados diretamente com os de 2012 dado que foram introduzidas alterações nas definições de infeção urinárias», lê-se no documento, no qual se indicou que os números de 2013 e de 2012 teriam o mesmo valor (8,1%) se fossem retirados os dados relativos a «infeção urinária provável».

 

No relatório de 2013, as infeções mais frequentes são as das vias urinárias, com 17,5% infeções confirmadas e 20% infeções prováveis, seguindo-se infeções da pele e tecidos moles (26,2%) e as infeções respiratórias (21,2%).

 

O documento assinalou a prescrição de 311 antimicrobianos, que podem passar por antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários, a 289 residentes (9,5%), com uma média de 1,1 antimicrobiano por doente.

 

Vinte e um residentes tinham prescrição de dois antimicrobianos e um deles estava a tomar três destes fármacos, que no total foram maioritariamente receitados pelo médico da unidade.

 

«No que se refere à organização das atividades de prevenção e controlo das infeções e resistências aos antimicrobianos, destaca-se que em cerca de um quinto das UCC não existia um profissional responsável por estas atividades», refere o texto do inquérito, que nas suas recomendações incluiu o cumprimento do despacho sobre esta área.

 

«Tendo em conta as taxas relativamente elevadas de prevalência de IACS, é imperioso desenvolver as boas práticas de prevenção de transmissão, nomeadamente em relação às infeções mais frequentes: urinárias e feridas crónicas», afirmou-se no documento, no qual se exige uma análise mais detalhada do número significativo de úlceras de pressão e outras feridas.

 

No primeiro estudo nacional sobre esta matéria, em 2012, tinham participado 232 UCC e 5.150 residentes, enquanto este ano foram envolvidos 143 UCC e 2.304 3 residentes. Quase metade das UCC inquiridas em 2013 eram unidades de Longa Duração, seguindo-se as de Média Duração (29,3%), de Convalescença (17,4%) e de Cuidados Paliativos (3,4%).

 

A população do inquérito foi caracterizada como idosa e «com limitações físicas e cognitivas importantes», registando-se feridas em 30% dos residentes.