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Um em cada dez portugueses não compraram medicamentos por falta de dinheiro em 2017

 


06 de março de 2018

Em 2017, um em cada dez portugueses não compraram medicamentos prescritos pelo médico por falta de dinheiro, um valor que baixou relativamente a 2016.

Segundo um estudo elaborado pela escola de gestão de informação da Universidade Nova de Lisboa (NOVA IMS), que vai ser hoje apresentado, 10,8% dos portugueses optaram por não comprar algum medicamento prescrito por um médico devido ao custo dos fármacos, um valor que em 2016 tinha chegado aos 11,8%.

De acordo com este trabalho, que é elaborado pela NOVA IMS, da Universidade Nova de Lisboa, a percentagem de doentes que deixaram de comprar medicamentos por causa do preço tem vindo sempre a baixar, passando dos 15,7% no primeiro ano de elaboração do estudo (2014) para os 14,2% em 2015, avançou a “Lusa”.

Este estudo, que envolveu um inquérito com 500 entrevistas num universo de mais de 8,6 milhões de pessoas e cujos resultados foram extrapolados segundo uma pós-estratificação que tem por base as variáveis género e classe etária, mostrou ainda que subiu de 86,7 para 89,1 a percentagem de pessoas que tomaram no último ano medicamentos prescritos pelo médico.

Destes doentes, em mais de metade dos casos (59,5%) algum destes fármacos fazem parte de uma terapêutica prolongada/regular (para tratamento de uma doença crónica), um valor inferior aos 65,3 registados no ano de 2016, acrescenta o documento.

Sobre o seu estado de saúde, quase metade dos portugueses (45%) considera que afeta as tarefas diárias, percentagem ligeiramente inferior aos que consideram que o estado de saúde lhes provoca dor ou mau estar (47%) e aos que responderam que afeta negativamente a sua qualidade de vida (48%).

O estudo revela ainda que, apesar de na ótica dos portugueses a qualidade dos serviços ter diminuído ligeiramente no ano passado (66.7 pontos, menos 1,6 do que em 2016), a qualidade técnica efetiva do SNS – que usou 13 indicadores validados e ponderados por um grupo de peritos – subiu substancialmente, alcançando os 73.8 pontos (mais 5,3 dos que no ano anterior).

Alguns dos indicadores utilizados para medir a qualidade técnica são a sépsis pós-operatória, a mortalidade por AVC (Acidente Vascular Cerebral) – hemorrágico ou isquémico -, o reinternamento em 30 dias e as cirurgias em ambulatório.

Foi o cruzamento desta informação com a atividade, a despesa e o défice do Serviço Nacional de Saúde que permitiu calcular o índice de sustentabilidade da saúde, que progrediu dos 102.2 para os 103.0 pontos.