Uma em cada cinco raparigas dos 13 aos 18 anos toma sedativos ou tranquilizantes 678

04 de Março de 2016

Uma em cada cinco raparigas com idades entre os 13 e os 18 anos toma tranquilizantes ou sedativos, a maioria com prescrição médica, uma realidade que está a preocupar as autoridades de saúde.

Estes dados foram divulgados ontem, durante a apresentação do “Estudo sobre os Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências-2015”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD).

De acordo com Fernanda Feijão, autora do estudo, importa perceber «como é que há uma percentagem tão elevada de raparigas a precisar de medicamentos», citou a “Lusa”.

A responsável indicou que este é um indicador em que «costumamos estar acima da média europeia».

Manuel Cardoso, subdiretor geral do SICAD, explicou aos jornalistas que ainda não há uma explicação para estes consumos, mas considerou que 20% «é um valor muitíssimo alto» e que esta «questão tem de ser estudada».

Para Fernanda Feijão, «há um problema no feminino que deve ser investigado e sobre o qual a saúde se deve debruçar».

Este problema no feminino estende-se a outras áreas, como o consumo de bebidas alcoólicas, em que as raparigas levam a dianteira sobre os rapazes, no que respeita às bebidas espirituosas.

O estudo revela que 5,3% dos rapazes, dos 13 aos 18 anos, consome apenas bebidas espirituosas, enquanto mais do dobro das raparigas (11%) o faz.

Globalmente, as bebidas mais consumidas no último mês foram as destiladas (31%), seguidas da cerveja (30%) e do vinho (22%).

No entanto, Manuel Cardoso destaca que a percentagem mais elevada de consumo de espirituosas «acontece à custa das raparigas».

Esta é uma «realidade nova», afirmou o responsável do SICAD, sublinhando que as raparigas iniciam este tipo de consumo aos 13 anos, o que se poderá enquadrar no facto de «o crescimento da mulher acontecer mais cedo que o do homem».