30 de Janeiro de 2015 Uma equipa liderada pela Universidade do Minho (UMinho) criou uma tecnologia que permite extrair pedras dos rins em apenas um ou dois minutos, dispensando ainda o uso de radiação, foi divulgado ontem. Num comunicado, citado pela “Lusa”, a UMinho explica que a tecnologia utiliza um campo eletromagnético para navegar com segurança uma agulha para punção do rim. «Após os testes em animais, espera-se avançar para ensaios nos humanos a partir do próximo ano», acrescenta. Segundo Estêvão Lima, professor da Escola de Ciências da Saúde da UMinho, extrair pedras nos rins demora atualmente duas horas e «depende muito quer da experiência do cirurgião quer do uso de radioscopia, que pode ter consequências sérias de radiação no doente e no cirurgião». Na prática, pica-se com uma agulha de 20 centímetros na zona lombar do paciente, abrindo caminho aos instrumentos cirúrgicos para a remoção. «Mas a técnica que agora criámos é mais rápida, menos invasiva e permite ver no ecrã do computador a rota que a agulha deve seguir», resume Estêvão Lima, também cientista do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde e diretor do serviço de Urologia do Hospital de Braga. O novo processo, que demora em média um a dois minutos, facilita ainda a tarefa a médicos menos experientes e aumenta a segurança dos procedimentos. O projeto decorre em parceria com o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e já foi testado em animais. Os investigadores estão a aperfeiçoar o sistema com o fim de obter o certificado para futuros testes em pessoas. Caso estes venham a ser bem-sucedidos, espera-se que o primeiro produto seja patenteado e chegue às salas de operações a partir de 2016. A pesquisa venceu o 1.º Prémio no Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia, foi eleita para as melhores comunicações do Congresso Europeu de Urologia 2014 e tem sido publicada em revistas científicas internacionais. As pedras nos rins afetam uma em cada 200 pessoas, sobretudo os homens. |