Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) terminou “com sucesso” o primeiro ensaio clínico em humanos de um novo medicamento português para a artrite reumatoide.
Em comunicado divulgado à Lusa, a UMinho acrescenta que a investigação espera permitir que a atual terapia passe de uma injeção semanal a uma injeção mensal e com menos efeitos secundários para os pacientes
“O segredo está na libertação controlada da substância ativa nas articulações inflamadas”, pode ler-se no documento.
De realçar que vai ser feita uma prova de conceito em doentes, ao mesmo tempo que se vão procurar investidores para outros ensaios até à autorização da comercialização desta substância 100% portuguesa.
A investigação já foi iniciada há mais de dez anos pela equipa de Artur Cavaco-Paulo no Centro de Engenharia Biológica, em Braga, e pela spin-off Solfarcos, com apoio de outras duas empresas.
A investigação já gerou duas patentes e duas teses de doutoramento. Em setembro, a Solfarcos promoveu o primeiro ensaio clínico em termos de segurança e tolerabilidade, com voluntários saudáveis.
A equipa da UMinho acredita que este medicamento inovador, baseado na molécula de metotrexato, “pode ter um grande impacto” nas diretrizes de tratamento da doença.
“A nossa ambição é que seja a opção de primeira linha na artrite reumatoide, porque aumenta o tempo de uso do metotrexato, mas apenas num período limitado devido aos efeitos adversos que se tornam intoleráveis em doentes crónicos”, referiu Artur Cavaco-Paulo, diretor científico da Solfarcos e professor da Escola de Engenharia da UMinho.