Unidade de investigação em saúde iNOVA4Health já desenvolve 23 projetos 27 de Junho de 2016 A unidade de investigação iNOVA4Health, que junta mais de 140 cientistas e profissionais a trabalhar na procura de novos fármacos, já arrancou com os primeiros 23 projetos previstos, anunciou hoje o seu coordenador. «Todos os projetos que estavam previstos no programa arrancaram, os últimos [iniciaram-se] há dois meses e estão 23 em curso», disse à agência “Lusa” Manuel Carrondo. A unidade de investigação iNOVA4Health, que junta o iBET (Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica), instituições da Universidade Nova de Lisboa (ITQB, Faculdade de Ciências Médicas e CEDOC) e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, arrancou há cerca de um ano. O objetivo é juntar esforços para ligar cientistas e profissionais que trabalham na procura e aplicação de fármacos adequados a cada paciente de doenças crónicas e neurodegenerativas, no que se chama medicina translacional, aumentando a competência de Portugal na área. Os projetos de investigação já a decorrer centram-se sobretudo nas patologias em que o programa está especializado, como doenças crónicas ou cancro, com novos produtos, como biomarcadores, utilização de células para controlo de cancro, alternativas para problemas de artrite reumatoide ou cardiovasculares. «Estas ferramentas vão permitir melhorar o tratamento ou alargar a oportunidade de cura», realçou Manuel Carrondo. O programa trata sobretudo de doenças crónicas, que, apontou, «têm um peso maior, quer na qualidade de vida das pessoas, quer nos custos de um Sistema Nacional de Saúde». Para o cientista, «o mais importante deste processo é que estão a trabalhar em conjunto grupos que nunca trabalharam juntos, gente de investigação fundamental a trabalhar com clínicos, pessoas do desenvolvimento de processos de fabrico a trabalhar com investigadores fundamentais». Manuel Carrondo salientou o entusiasmo dos participantes na iNOVA4Health: «As pessoas percebem que têm imenso a beneficiar ao trabalhar em interfaces» e entrar num processo mais transnacional, que tem que ver com uma medicina de maior precisão, mais individualizada, a qual «precisa de maiores competências científicas e maior conhecimento», criado ao longo deste projeto. A iniciativa prevê que cada um dos projetos tenha cerca de 50 mil euros por ano e, além do apoio aos 23 já em curso, deverá abranger mais três a cinco novos, por ano, «enquanto estes vão obtendo outras fontes de financiamento», acrescentou. E, nesta altura, os projetos já conseguiram obter outros financiamentos externos, como colaborações com empresas multinacionais. Entre a obtenção de uma cura para um problema de saúde e a chegada de um produto ao mercado, em farmacêutica, podem decorrer entre sete a 12 anos, enquanto o primeiro trabalho, desenvolvido pelo cientistas, para demonstrar o interesse de um produto pode demorar dois a cinco. «A ideia é que as coisas cresçam, alarguem as competências na área de Lisboa e tragam mais parceiros de desenvolvimento e de financiamento», resumiu Manuel Carrondo também vice-presidente do IBET. |