Universidade da Beira Interior aponta novos caminhos para recuperação depois de AVC 16 de Junho de 2016 Uma investigação que está a ser realizada na Universidade da Beira Interior (UBI), sediada na Covilhã, alcançou «resultados promissores» em novos caminhos para a recuperação de doentes que tenham sofrido acidente vascular cerebral (AVC), anunciou hoje a instituição. Em nota de imprensa enviada à agência “Lusa”, a UBI adianta que o estudo está a ser realizado no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da universidade e que as mais recentes conclusões apontam para a possibilidade de tratamento – quer por via intravenosa, quer pelo método in vitro – com nanopartículas contendo ácido retinóico. «Em teoria, a administração destas nanopartículas não só pode reabilitar os vasos propriamente ditos, mas igualmente possibilitar que novos neurónios proliferem, migrem para a zona de lesão e sobrevivam», refere Raquel Ferreira, a investigadora que lidera o estudo e que é citada na nota. As conclusões foram recentemente publicadas na “Nanoscale”, que é considerada uma das mais importantes revistas científicas de nanociência. De acordo com a investigadora, os resultados agora alcançados são «robustos» e foram mais longe do que se esperava inicialmente, abrindo portas a outra utilização da técnica realizada. Assim, por um lado, a possibilidade de «administração destas partículas de forma intravenosa, de maneira a estimular o mecanismo de regeneração interno», método para o qual ainda é necessário fazer testes de modo a confirmar que não há riscos para outros órgãos. Por outro lado, pode também proceder-se à recolha «das células progenitoras endoteliais, aumentar o seu número in vitro e voltar a injetá-las no doente para que façam o que sabem de melhor, ou seja, promover a reparação tanto vascular como do tecido cerebral», acrescentou Raquel Ferreira. A investigação pretende agora avançar para testes em modelo animal e dentro de um ano espera ter mais elementos que complementem estes dados. O artigo que dá a conhecer os recentes resultados tem o título “Retinoic acid-loaded polymeric nanoparticles enhance vascular regulation of neural stem cell survival and differentiation after ischaemia”, é encabeçado por Raquel Ferreira e conta com coautoria de outros elementos. Segundo a nota da UBI, participaram na realização do trabalho Márcia Fonseca, Tiago Santos, Liliana Bernardino (CICS), Miguel Castelo Branco, que é também diretor do mestrado integrado em Medicina da UBI, e ainda Fátima Paiva e Ricardo Tjeng, clínicos do Centro Hospitalar Cova da Beira, João Sargento-Freitas, clínico no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e Lino Ferreira, investigador no Biocant Park e no Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra. A publicação na “Nanoscale” é editada pela Royal Society of Chemistry e trata-se de uma revista científica que está entre as melhores e se direciona para a aplicação de terapêuticas de novas formulações. |